Estava a ler sobre alguém com objectivos muito concretos e o trabalho que isso exige e pus-me a pensar que provavelmente é isso mesmo que me falta. Eu tenho sonhos, vontades mas nenhum objectivo. Não sei sei se sou preguiçosa, ou muito sábia.
Eu nunca escolhi os caminhos mais fáceis, tudo o que seja desbravar terreno, partir pedra, etc. contem comigo, mas depois manter a máquina a funcionar parece-me demasiado aborrecido. Por isso acho que a verdadeira capacidade de trabalho é essa: continuar, fazer a mesma coisa dia após dia, semana após semana, ano após ano (até estremeço) e essa capacidade eu não tenho. Sou, portanto, preguiçosa.
Por outro lado, sempre que é preciso arregaçar as mangas, pagar contas, trabalhar para comer, o que for, sou pau para toda a obra, menos servir às mesas, que a coisa não correu mal, mas eu odiei. Também não sei ser account de uma agência de comunicação. Mas dei-me bem como assistente de estomatologia e, dentro do género, como operária fabril. Portanto, não sei se é justo considerar-me preguiçosa.
O que sei é que decidir fazer uma coisa e ir à luta é muito nobre, mas ingénuo também, porque o mais provável é irem-se perdendo coisas pelo caminho, que nos poderiam fazer tão ou mais felizes do que essa coisa que se quer alcançar.
Resumindo e concluindo o que interessa mesmo é o que fazemos e não o onde queremos chegar, ou, dito de outra forma, não interessa o destino, mas sim a viagem. É claro que esta é uma conclusão a que ninguém tinha chegado, mas já deviam saber que apesar do que ele disse, eu não sou assim tão inteligente, convivemos é com pouquíssima gente, o que nos torna, aos olhos um do outro, pessoas fora de série.
1
28.4.12
Passou um ano e o nosso bebé está assim. Não anda, não fala, não gosta de comer, ou seja, é completamente diferente do que era o irmão com esta idade. E é um ser absolutamente delicioso.
Para mim a(lguma)s coisas são simples*
27.4.12
Os filhos ocupam-nos a vida, ou a parte dela que acharmos que devem ocupar, mas não mudam a nossa forma de estar na vida.
Ter filhos de mais de um pai, que não tenham sido feitos por acidente, significa que encontramos mais do que um grande amor e isso é raro e é para festejar (nem que seja sozinha).
Se temos de tomar decisões difíceis pelos nossos filhos o mais certo é termos de as tomar por nós e não por eles.
A felicidade deles faz a nossa, mas não é a mesma. O que os faz felizes não é necessariamente o que nos faz felizes.
*É uma pena que sejam simples só para mim.
Ter filhos de mais de um pai, que não tenham sido feitos por acidente, significa que encontramos mais do que um grande amor e isso é raro e é para festejar (nem que seja sozinha).
Se temos de tomar decisões difíceis pelos nossos filhos o mais certo é termos de as tomar por nós e não por eles.
A felicidade deles faz a nossa, mas não é a mesma. O que os faz felizes não é necessariamente o que nos faz felizes.
*É uma pena que sejam simples só para mim.
11
26.4.12
Hoje fez a viagem Lisboa/Porto sozinha pela primeira vez (depois de despejar aquele copo de vinho em cima do meu prato, de mim e do irmão mais velho).
É terrível e fantástico vê-la tão crescida.
Tenho um sutiã novo
24.4.12
Se eu fosse a Dora com um sutiã novo, minhas amigas, estariam aqui coladas ao ecrã, ou a rebolar no chão de tanto rir, mas como eu sou eu, tenho a dizer que desconhecia ser suposto andarmos com este apetrecho como se se tratasse de um colete de forças.
Queimar os sutiãs como metáfora da libertação da mulher tem todo um outro significado para mim. E ter um sutiã-colete-de-forças nesta fase da minha vida também significa bastante.
Queimar os sutiãs como metáfora da libertação da mulher tem todo um outro significado para mim. E ter um sutiã-colete-de-forças nesta fase da minha vida também significa bastante.
A sério que não gostam de homens com bigode?
22.4.12
(Quanto ao filme, sé tenho a dizer o mesmo que disse da outra vez. Obrigada, Miguel Gomes, muito obrigada.)
Tabu*
20.4.12
Quando eles estão os dois a chorar ao mesmo tempo, ou mesmo quando está só um, enquanto o outro molha os pés na água dos gatos (não sei porque é que ele está descalço, mas devia querer saber, porque está a recuperar de uma amigdalite) e eu respiro fundo e digo foda-se baixinho (pelos vistos não tão baixinho como deveria), penso quase sempre "mas que raio estou eu a fazer da minha vida?"
Não, tenho de ser honesta, às vezes posso estar aqui, como agora, com eles a dormir e penso o mesmo. Portanto, que raio estou eu a fazer da minha vida? Pergunto-me tão frequentemente que já podia ter escrito um tratado sobre o assunto, mas não, esse é, claramente, um tema tabu. Já o escarafunchei várias vezes, claro, já falei comigo sobre cobardia e coragem, padrões de comportamento, escolhas e outras coisas, mas nunca consigo (quero?) chegar a uma resposta.
*Eu hei-de ir ver o filme, sim, mas ainda não consegui.
Aqui e agora
19.4.12
Enquanto o quilt primavera avança lentamente, começo a pensar no do verão. Sinto que devia curar-me desta coisa de querer estar sempre lá à frente, em vez de aqui e agora. Mesmo que aqui e agora tenha dois bebés em casa doentes.
Hmmmm
17.4.12
Não sei como é que uma questão tão óbvia nunca me fez perder o sono, mas, assim de repente, se for preciso, como é que eu vou sustentar três filhos sozinha, sem emprego?
Na Noite do Manifesto
16.4.12
Não sei se conseguirei ser a mesma pessoa depois de ter comido "Ceviche peruano de Pargo, gelado de limão com azoto liquido" e "Tártaro de novilho com gema trufada, botão de sechuan".
Isto e mais umas quantas degustações acompanhadas de Mazouco, servidas no intervalo da apresentação de mais de uma dúzia de manifestos (dos quais falarei noutra oportunidade), foi a minha prenda de anos e custou 15 euros.
Parece que os teatros municipais, Sr. Rui Rio, podem ser assim, mas suponho que o senhor saiba isso, só não quer é que outros saibam.
Amestrar, ou não amestrar
12.4.12
É por coisas como estas que se deve optar entre ter uma casa gira, ou ter uma casa com animais e crianças. E quando digo animais e crianças, refiro-me a animais e crianças não amestrados.
Blog em construção
12.4.12
Eu achava que podia mudar o blog depois do pequeno-almoço e ainda de pijama, com a merda do computador aos solavancos, porque sim, porque ando a cismar que preciso de mudar isto e lembrei-me que era agora ou nunca.
Pois, sou uma idiota.
Portanto, isto fica assim até eu conseguir ajeitar a imagem do cabeçalho no photoshop, que um dia vai voltar a funcionar; ou quando arranjar um computador em condições.
Pois, sou uma idiota.
Portanto, isto fica assim até eu conseguir ajeitar a imagem do cabeçalho no photoshop, que um dia vai voltar a funcionar; ou quando arranjar um computador em condições.
Perguntar não ofende
11.4.12
Quando alguém nos diz: "És uma pessoa inteligentíssima e espectacular, mas é impossível viver contigo", é suposto ficarmos contentes, ou tristes?
(Eu sei, nem parece meu estar aqui com perguntas. Logo eu, que sei tudo)
(Eu sei, nem parece meu estar aqui com perguntas. Logo eu, que sei tudo)
A família é um lugar estranho
10.4.12
Eu sei que toda a gente tem uma família disfuncional, mas a minha é pior do que a vossa.
Já agora, a partir de quando é que passamos a considerar família a que estamos a construir em vez da que nos construiu? A família é sempre uma coisa dos filhos em relação aos pais?
P.S Eu sei que não parece mas isto são perguntas de retórica.
Já agora, a partir de quando é que passamos a considerar família a que estamos a construir em vez da que nos construiu? A família é sempre uma coisa dos filhos em relação aos pais?
P.S Eu sei que não parece mas isto são perguntas de retórica.
39.º aniversário
5.4.12
A versão bloguer
Acordei com o Nicolau a chorar no berço e fui buscá-lo para a minha cama. O Jaime já tinha saído do quarto com o madrugador da família, como é costume, mas pouco depois entraram os dois no quarto a cantar-me os parabéns. Os meus três rapazes queriam-me fora da cama para festejarmos.
Fomos comer crossaints à Ribamar, mas antes disso recebi a prenda do meu gajo: um bilhete para uma peça de teatro. Uma maravilhosa surpresa, como sempre.
Depois encontrei a minha querida amiga Xana, que me deu um abraço daqueles, e a seguir fomos buscar a Beatriz que estava com o pai e que me ofereceu um lindo calendário feito por ela (é uma private joke nossa), outra maravilhosa surpresa.
Fiz um almocinho para nós os cinco mais a minha mãe e avó e, depois das sestas, fomos à feira de Barcelos, onde encontrei outra querida amiga.
Voltámos para casa e a minha mãe preparou um jantar, enquanto tratávamos dos rapazes (que se deitam cedo demais, segundo ela).
Jantei e, como era suposto, embebedei-me.
A versão da vida real
Acordei com o Nicolau a chorar no berço e fui buscá-lo para a minha cama. O Jaime já tinha saído do quarto com o madrugador da família, como é costume, mas pouco depois entraram os dois no quarto a cantar-me os parabéns. Na verdade o Isaac recusou-se a cantar, mas depois acabou por fazê-lo e por repetir satisfeito que a mamã fazia 39 anos. Os meus rapazes queriam-me fora da cama e eu só pensava que merecia dormir. Que nos meus anos eu devia, no mínimo, poder dormir até quando quisesse.
Decidimos sair para comer crossaints na Ribamar, mas antes disso recebi a prenda do meu gajo: um bilhete para uma peça teatro. Uma maravilhosa surpresa, como sempre.
No café, o Isaac achou por bem praticar os 100 metros barreiras e, por isso, o pequeno almoço foi diversas vezes interrompido. Depois encontrei a minha querida amiga Xana que me deu um abraço daqueles, mal conseguiu libertar-se do Nicolau, que se atirou para o colo dela como se quisesse fugir de mim. A seguir fomos buscar a Beatriz que estava com o pai e que me ofereceu um lindo calendário feito por ela (é uma private joke nossa), outra maravilhosa surpresa.
Já em casa, estufei um frango para nós e fritei rissóis para a minha mãe e avó (que não comem frango) e, depois das sestas, fomos à feira de Barcelos, onde encontrei outra querida amiga, que nos ajudou a evitar que o Isaac partisse vários galos, porcos, pretinhos da sorte e outros bonecos de barro. Mas o maior problema foi convencer o rapaz que não era preciso fugir com um regador, porque a avó tinha um muito giro. Mas lá consegui.
Voltámos para casa e o Isaac regou várias coisas, que não necessariamente plantas, enquanto a minha mãe preparava o jantar - chicharros na brasa, que ficaram prontos antes do tempo, porque as nossas rotinas com os pequenos são estúpidas.
Jantei e embebedei-me sozinha a ouvir a minha avó (que faz 84 anos amanhã) queixar-se que acha que a minha tia Rosa, a filha mais nova dela, tem um cancro na mama porque ela deixou de pagar o sermão à nossa senhora da Conceição (a mãe do Senhor e que é a mesma da Assunção que agora não se festeja), 12 anos depois do acidente de automóvel que a filha teve e que quase a deixou paralítica.
Acordei com o Nicolau a chorar no berço e fui buscá-lo para a minha cama. O Jaime já tinha saído do quarto com o madrugador da família, como é costume, mas pouco depois entraram os dois no quarto a cantar-me os parabéns. Os meus três rapazes queriam-me fora da cama para festejarmos.
Fomos comer crossaints à Ribamar, mas antes disso recebi a prenda do meu gajo: um bilhete para uma peça de teatro. Uma maravilhosa surpresa, como sempre.
Depois encontrei a minha querida amiga Xana, que me deu um abraço daqueles, e a seguir fomos buscar a Beatriz que estava com o pai e que me ofereceu um lindo calendário feito por ela (é uma private joke nossa), outra maravilhosa surpresa.
Fiz um almocinho para nós os cinco mais a minha mãe e avó e, depois das sestas, fomos à feira de Barcelos, onde encontrei outra querida amiga.
Voltámos para casa e a minha mãe preparou um jantar, enquanto tratávamos dos rapazes (que se deitam cedo demais, segundo ela).
Jantei e, como era suposto, embebedei-me.
A versão da vida real
Acordei com o Nicolau a chorar no berço e fui buscá-lo para a minha cama. O Jaime já tinha saído do quarto com o madrugador da família, como é costume, mas pouco depois entraram os dois no quarto a cantar-me os parabéns. Na verdade o Isaac recusou-se a cantar, mas depois acabou por fazê-lo e por repetir satisfeito que a mamã fazia 39 anos. Os meus rapazes queriam-me fora da cama e eu só pensava que merecia dormir. Que nos meus anos eu devia, no mínimo, poder dormir até quando quisesse.
Decidimos sair para comer crossaints na Ribamar, mas antes disso recebi a prenda do meu gajo: um bilhete para uma peça teatro. Uma maravilhosa surpresa, como sempre.
No café, o Isaac achou por bem praticar os 100 metros barreiras e, por isso, o pequeno almoço foi diversas vezes interrompido. Depois encontrei a minha querida amiga Xana que me deu um abraço daqueles, mal conseguiu libertar-se do Nicolau, que se atirou para o colo dela como se quisesse fugir de mim. A seguir fomos buscar a Beatriz que estava com o pai e que me ofereceu um lindo calendário feito por ela (é uma private joke nossa), outra maravilhosa surpresa.
Já em casa, estufei um frango para nós e fritei rissóis para a minha mãe e avó (que não comem frango) e, depois das sestas, fomos à feira de Barcelos, onde encontrei outra querida amiga, que nos ajudou a evitar que o Isaac partisse vários galos, porcos, pretinhos da sorte e outros bonecos de barro. Mas o maior problema foi convencer o rapaz que não era preciso fugir com um regador, porque a avó tinha um muito giro. Mas lá consegui.
Voltámos para casa e o Isaac regou várias coisas, que não necessariamente plantas, enquanto a minha mãe preparava o jantar - chicharros na brasa, que ficaram prontos antes do tempo, porque as nossas rotinas com os pequenos são estúpidas.
Jantei e embebedei-me sozinha a ouvir a minha avó (que faz 84 anos amanhã) queixar-se que acha que a minha tia Rosa, a filha mais nova dela, tem um cancro na mama porque ela deixou de pagar o sermão à nossa senhora da Conceição (a mãe do Senhor e que é a mesma da Assunção que agora não se festeja), 12 anos depois do acidente de automóvel que a filha teve e que quase a deixou paralítica.
Autocomiseração
2.4.12
Bom, por muito que a autocomiseração seja um dos meus maiores talentos parece-me que, depois de ler os comentários anteriores (e aproveito para mandar um abracinho à mãe dos gémeos), o melhor é virar o disco. Até porque estamos em Abril e este é o mês cá de casa: à excepção do Isaac, nascemos todos no Abril. Nós, os mais velhos, no início e os mais novos no fim.
Só é pena eu gostar tanto de festas de aniversário como de levar com um calhau na cabeça, mas não faz mal nenhum, afinal a cabeça é dura e posso sempre aproveitar para me embebedar (numa das festas, pelo menos).
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