Acabaram as aulas

26.6.20
Hoje termina, oficialmente, o ano lectivo (na verdade, já o tinha dado por terminado há mais de uma semana) e nunca umas férias escolares foram tão desejadas pelos pais como estas. Ninguém sabe o que vai fazer com as crianças nos próximos dois meses, mas que importa? A escola acabou! YEEEEEEEEEEEEEEEEAH!

Ensinar educação

22.6.20
Numa conversa, na vinharia, com uma pessoa que tem uma daquelas histórias de vida que dá vontade de escrever um livro, lembrei-me da minha vontade de fugir com o circo de cada vez que a tenda era montada no terreiro. À medida que a conversa decorria voltei a pensar no assunto que tem ocupado algumas partes dos meus dias, e noites (apesar do anti-histamínico que me põe a dormir como uma pedra).
Algumas das pessoas mais interessantes que tenho conhecido tiveram uma infância pouco convencional, sem pais muito preocupados com a melhor forma de educar, com as técnicas mais eficazes para adormecer e alimentar as suas crias, ou com diagnósticos de PHDA, Dislexia e Discalculia. Os pais faziam o que sabiam e o que podiam sem perder muito tempo a pensar no assunto. 
Agora pensamos, questionamos e atormentamo-nos muito com a educação dos filhos. Um dia destes, na minha caminhada, não consegui evitar sorrir quando uma menina pequena, talvez com 5 anos, ao perceber que o cachorro a obedecia, perguntou à mãe: ''Foste tu que lhe ensinaste educação?''
Não há pais que não queiram o melhor para os seus filhos (bom, haverá alguns com patologias que os incapacitam de ter essa aspiração), mas é bastante óbvio que o mundo está cheio de pessoas que confundem o que é melhor para si próprios com o que é melhor para os seus filhos. Provavelmente, sou uma delas.
Por isso, queria voltar a pensar em mim mais como pessoa do que como mãe. Um mãe é sempre uma pessoa, uma pessoa nem sempre é uma mãe. E queria continuar a ser capaz de não ceder a pressões sociais para fazer o que é suposto. Se eu viver a minha vida como me apetecer, que não é mais do que aproveitar o melhor de estar aqui, é garantido que os meus filhos serão bem educados, apesar de eu não ter fugido com o circo. 

Fazer listas

19.6.20
Passaram quase seis semanas desde o último post do diário da quarentena e quando me ponho a pensar nisso parece que não aconteceu nada durante esse tempo e parece que aconteceu tudo. As pessoas saíram para a rua, revi amigos e familiares presencialmente, festejei dois aniversários, fui a dois velórios e um funeral, provei um Pet Nat, um arinto e um rosé, que me encheram as medidas (literalmente), cortei o cabelo (''uma mulher que corta o cabelo é uma mulher que quer mudar de vida'', como alguém diz neste filme, se bem me lembro), espalhei ideias em vários papéis e perdi-os, desisti da dieta, recomecei-a e desisti novamente, aprendi mantras, recebi a notícia de um cancro num familiar, tricotei um bocadinho, comecei a ver a série ''La casa de papel'' em família, que tem dado azo a conversas engraçadas, fui respirando com mais ou menos dificuldades, fiz vários piqueniques, entrevistei três pessoas ligadas ao Varzim Sport Clube e não li um único livro. 
Fazer listas é sempre a melhor forma de retomar o que quer que seja, incluindo o blog.