Excelsior

31.1.13
You have to do everything you can and if you stay positive you have a shot at a silver lining (temos de fazer todos os possíveis e, se formos optimistas, podemos ter um final feliz - na tradução do filme)
E isto, meus senhores e minhas senhoras, é mesmo verdade. É incrível. Ainda estou fora de mim, porque quando saí do cinema, fui carregar o 7 Colinas e olhei para as raspadinhas e disse a mim mesma "stay positive". Comprei uma e adivinhem...exactamente, ganhei!!! Nem queria acreditar. Agora, só tenho de pensar como vou gastar um euro.

Pergunta ao comentador anónimo do post anterior

30.1.13
E o call center do BPI aceita pessoas com uma grande pancada?

Acho que devíamos mudar de casa

30.1.13
Não sei porquê.

Há sensações universais 7

29.1.13
"O desprezo pela minha falta de capacidades intelectuais; leio o Wells e não percebo nada; os filhos da Nessa; a sociedade; comprar roupa; Rodmell estragada; toda a Inglaterra estragada; o terror à noite das coisas erradas no universo; comprar roupa; como eu odeio Bond Street, como detesto gastar dinheiro em roupas; e o pior de tudo é esta aridez deprimente.",Virginia Woolf, Diário, 25 de Maio, de 1932*


*voltei atrás, porque o livro estava, mais uma vez, desmarcado. Na altura em que li esta página (187) não transcrevi a frase por os lugares e as pessoas não coincidirem com a minha vida, mas ao cruzar-me, hoje, com este dia da Mrs Woolf tive mesmo de o fazer.

Pesadelos, os meus eternos companheiros

28.1.13
O meu pesadelo mais recorrente sempre foi com tsunamis. Ainda antes de saber que existiam tsunamis já sonhava com ondas gigantes que vinham da Póvoa até ao Monte de S. Félix.
Logo a seguir vinham os pesadelos com répteis, cobras para ser mais específica, mas nestes, não sei porquê, arranjava sempre uma forma de escapar. Normalmente enfiava uma armadura, para seguir caminho, ou corria tanto e com tanta velocidade que começava a voar. E aí começava um sonho novo, o meu preferido de sempre. Há outro, que às vezes tenho, quase tão bom como esse, que é nadar e respirar debaixo de água, uma água espessa, que me faz pensar (quando estou acordada) em líquido amniótico.
Mas agora deu-me para misturar dois conceitos medonhos: répteis e canibalismo. Ou seja, estamos numa paragem de autocarro, alguém tem uns crocodilos "muito giros", numa daquelas caixas de esferovite em que os pescadores trazem o peixe, a malta vai lá fazer festas, os gajos trincam e as pessoas transforma-se em canibais. Depois é ver a malta toda dentro do autocarro a ferrar-se uns aos outros feitos loucos.
Preciso mesmo de arranjar uma vida, ou de saber o que fazer com a que tenho.

Perguntas que gostava mesmo de saber a resposta

27.1.13
A palmada bem dada também se aplica a adultos, ou é só mesmo às crianças?

18 dias depois

25.1.13
Ontem fui jantar com o gajo. Tinha pensado em cinema, que é uma coisa que não fazemos juntos desde que o Bush era presidente, porque está aí o Tarantino e o Tarantino é sempre um acontecimento, mas optamos por ir comer, que, não sendo uma coisa muito original, é uma coisa que nos dá verdadeiro prazer.
Mas eu pensei no cinema precisamente para variar (variar faz toda a diferença num casamento, toda a gente sabe). É que, 18 dias depois, o gajo chegou do outro lado do mundo, com três horas de atraso, e para quem é que ele olhou primeiro? para os meninos, claro. Ele demorou pelo menos 30 segundos até me procurar com os olhos. É bem feita, tivesse vestido o vestido!
Não o vesti na quarta-feira, mas vesti-o ontem para ir jantar uma costeleta de novilho (uma carnívora de vestido de flanela é muito Tarantino, se formos a ver) e foi muito bom.
Pronto, era só para saberem.

A pila e o pipi

23.1.13
Os homens são diferentes das mulheres. É um facto. Até o Isaac sabe disso - os meninos têm pila e as meninas pipi. O Nicolau ainda não sabe, ele acha que eu tenho uma pila, mas não deve faltar muito para perceber.E, ao contrário do que muita gente pensa, as diferenças são mesmo só essas. A pila e o pipi.
É claro que essa diferença faz muita diferença a partir de certa altura (as pilas espalham as sementes e os pipis que estiverem para aí virados recolhem-nas e pode acontecer de as donas dos pipis engravidarem, sem querer ou por querer, e depois parirem. Este último é um exclusivo das pessoas que têm pipis, porque há quem defenda que as pessoas que têm pila também engravidam), mas enquanto somos pequenos e ainda não nos ensinaram a ser meninas, quando temos pipi, e meninos, quando temos pila, as diferenças não existem. Será?
Eu sempre achei que sim, mas desde que tive os rapazes, dou por mim a pensar muitas vezes que são diferentes das raparigas e não, não tem nada a ver com carrinhos e bonecas. Ainda hoje o Isaac quis levar para a escola uma pen (que em casa queria pôr no microondas e na rua era uma espécie de arma de fogo que fazia barulho nas portas, nos carros e no céu) e uma alô kitty (que ele é mais francófono) em miniatura. Nem tem a ver com as roupas e acessórios, o Nicolau gosta mais de usar chapéus, sacos e ganchos no cabelo, do que alguma vez a Beatriz gostou na idade dele. Além disso, passa-se com sapatos. Verídico.
O que eu sinto é que há uma energia dentro deles diferente, como se estivessem programados para correr, correr, correr, correr, correr, correr ao passo que as meninas parecem programadas para argumentar, argumentar, argumentar, argumentar. Mas provavelmente é coincidência. Noutras casas haverá meninas que correm mais do que argumentam e meninos que argumentam mais do que correm.

Ei-lo

23.1.13

O dia do regresso. Desta vez comprei flores e tenho um vestido novo. É claro que vou passar as próximas horas a arrumar, mas eu gosto de começar as coisas ao contrário, começar a casa pelo telhado, enfeitar antes de arrumar, escrever o título antes do texto, começar a comer o corneto pela pontinha do cone, essas coisas.
Ajuda estar um belo dia de sol, pelo que poderei abrir todas as portas e janelas que houver para abrir. Também me aconteceu uma coisa curiosa no caminho de regresso a casa: uma cadela (tipo buldogue) decidiu virar-se a mim a ladrar feita louca. A cadela chamava-se Timor.

Metáforas

22.1.13

É o mesmo quarto, no mesmo dia.
A vida está cheia destas coisas, de pormenores e descobertas deliciosas (a propósito, o livro é este), mas também de confusão e detalhes merdosos. E uma pessoa, dependendo do seu estado de espírito, ou personalidade, ou as duas coisas, anda por aí, ora muito contente que tem uns sofás lindos (e um sítio onde os pôr), ora muito triste que a casa está sempre caótica e mofenta.
E, no meu caso, não sei porquê, o mofo ganha quase sempre.

Mapas e janelas

20.1.13
Há dois anos atrás parece que foi tudo bem mais simples, este é o único post da primeira viagem do Jaime a Timor. Há dois anos atrás parece que foi há uma eternidade...
Bom, uma vez que só arranjo lâmpadas fundidas (as tais que viriam substituir a luz ao fundo do túnel), vou abrir as janelas e as portas para aproveitar a pouca luz do exterior e venho já contar umas coisas, a ver se acabo com este choradinho insuportável que até a mim já mete nojo. Ou, então, vou ver mapas de cidades que não conheço, que é uma coisa que me deixa sempre bem disposta.

Cuidado com o que desejas

19.1.13
Uma leitora lembrou-me que quando estive sozinha em Londres desejei não voltar a estar sozinha. Achei que ela tinha percebido mal, porque estar sozinha é assim uma coisa que desejo com muita, muita frequência. Viajar sozinha nem tanto, porque nas duas únicas experiências que tive fiquei com a sensação que me faz falta olhar para o lado e dizer, "uau, já viste isto?" (numa cena que estão a filmar na Pont des Invalides), ou, "podíamos ir ali comer uma baked patatoe ao Convent Garden, que dizes?", mas ela tinha razão. Pelos vistos, naquele momento, apeteceu-me não estar longe deles, e eu digo pelos vistos, apenas por um trejeito de conversação, porque recordo-me, com muita precisão, dessa vontade. Por isso, sei o que estou a dizer quando reitero esse meu desejo de solidão, sossego, ou o que lhe quiserem chamar. 
Neste momento, e nunca é demais insistir que é mesmo um sentimento momentâneo (é claro que agora podíamos fazer contas e perceber que o total destes momentos provavelmente excede o tempo restante, mas isso agora não interessa nada) eu preciso de sentir que eles me fazem falta. Porque, até há uns minutos atrás, eu ia jurar que era capaz de os abandonar, por já não conseguir aguentar mais esta coisa-sem-nome que significa vocês são a melhor coisa do mundo e a pior coisa do mundo.

E de repetente a Renée Zellweger torna tudo mais claro

17.1.13
O grande drama da minha vida é eu achar que sou a Betty quando na realidade sou a Bridget Jones.

A fina arte da procrastinação

17.1.13
Pela primeira vez esta semana estão todos na escola. Posso, durante umas horas, fazer o que entender. Mas não tenho horas que cheguem para isso. Vou ficar aqui a procrastinar, então. Não, vou antes ver isto. Assim que acabar esta clementina, a última. Tenho de comprar mais. Se calhar só quando acabarem as pêras e as maçãs (por falar nisso, porque será que não há bananas da Madeira em nenhuma frutaria do bairro? São todas do Equador. Talvez haja no Mercado)...

Quando eu fizer 40 anos

16.1.13
A noite passada, depois de rogar não sei quantas pragas e dizer uns quantos palavrões, ocorreu-me que em vez de pintar o cabelo e fazer uma festa de arromba (assim tipo casamento), no meu 40.º aniversário quero uma coisa mais simples, assim, tipo dormir.
Quando eu fizer 40 anos (é já daqui a dois meses e meio e não dois anos e meio, como seria mais justo) quero ir para um hotel. Não precisa de ser luxuoso, basta ser limpinho, confortável e, o mais importante, silencioso. Quero comer uma refeição que não tenha sido preparada por mim, deitar-me numa cama com lençóis lavados por outra máquina que não a minha, dormir sem interrupções e acordar quando bem me apetecer. E depois disto tudo, a cereja no topo do bolo, tomar um pequeno-almoço divinal preparado por alguém que não eu.

Sopeira

15.1.13
Sei que sou uma pessoa surpreendente instável quando passo uma semana a programar refeições e a cozinhar coisas como croquetes (deliciosos, uma receita do chefe Silva), massada de peixe, panquecas para o pequeno-almoço, bolo de laranja para o lanche, etc. e na semana a seguir podem todos comer m&£}@, a ver se me importo. Hoje, por exemplo, comemos arroz de salsicha e... não digam que vão daqui (mas gostei de ver o Isaac chocado por não haver sopa).

Em contagem decrescente

14.1.13


Já peguei no caixote da areia dos gatos duas ou três vezes para trocar a areia, mas entretanto tive de ir buscar a esfregona para limpar o leite espalhado no chão e depois trocar-lhes a roupa e ainda arrumar os utensílios de cozinha no sítio. Faltava o "queimador" do leite creme. Nem vou dizer onde fui encontrá-lo...Enquanto preparo o almoço, a sala desaparece para dar lugar a um monte de destroços. Enquanto estendo a roupa, eles estão a tratar de me arranjar mais para lavar e estender. Enquanto estou ao computador tenho um no colo, com 38 graus de febre, e o outro a fazer a dança do xixi, a dizer que não quer ir fazer xixi (agora o outro também está no colo, com uma queimadura no polegar. Não perguntem).
E depois o almoço fica no prato e apetece-me enfiá-lo pelas goelas deles abaixo, ou, como fazia a minha mãe, atirar com os pratos contra a parede. E o mais novo não quer dormir na cama, quer dormir no colo...
Estar com os filhos em casa a tempo inteiro é tudo menos glomouroso e conseguir fazê-lo com algum (nem que seja aparente) glamour e sem empregada doméstica, família por perto, ou uma ama é coisa merecedora de prémios. Muitos prémios.

P.S Não estou a dizer, obviamente, que é esse o meu caso. Eu sei ser (ou aparentar) muitas coisas, mas o glamour não faz parte delas. Além disso, já não estou com eles em casa o tempo todo, estou muitas vezes por causa dos vírus que este ano parecem andar por aí em grande força, mas já lá vão quatro meses desde que o mais novo foi para a creche.

Apontamentos de um domingo

13.1.13
A primeira semana sem o pai foi bastante pacífica, dentro do género. A segunda começa com o Nicolau doente, pois claro.

Tanto a Beatriz como o Isaac são grandes fãs dos Simpsons. Eu já não tenho muita paciência para a família de Springfield, mas ao ver este episódio lembrei-me porque é que costumava gostar tanto destes bonecos.

O skype é, até ver, a melhor invenção do século, logo a seguir à epidural.

A lei da compensação

12.1.13
Ainda bem que decidi beber vinho só ao fim-de-semana. Ou não.

Pobres vizinhos!

11.1.13
Há uns dia houve uma festa de aniversário aqui no prédio (sei que era de aniversário por causa dos parabéns) e, pela primeira vez, ouvi os vizinhos de cima a fazer muito barulho. Nada de especial, apenas pessoas a conversar e a andar de um lado para o outro e coisas a cair, o normal, mas fiquei profundamente perturbada. O que será que a vizinhança pensa de nós? É que isto aqui em casa é o fim do mundo, praticamente, todos os dias.

O meu casaco branco

10.1.13
Dispensei a boleia de uma querida vizinha para levar os meninos à escola, porque se há coisa que eu sei apreciar é a vantagem de não ter que cumprir horários, e lá fui por aí fora toda contente e cheia de confiança. Tanta confiança que vesti um casaco branco que só tinha usado uma vez (no meu casamento).
Eu com um casaco branco, com um menino pela mão e outro às cavalitas, por aí fora, todos contentes.
Já dentro do eléctrico começou a chover e eu olhei lá para fora e abanei a cabeça - é que nem penses Universo, já viste que hoje tenho um casaco branco e tudo (ou um vestido, como lhe chamou o Isaac)? O Universo, não sei se por medo, ou por piada, acedeu e parou a chuva quando saímos.
Lá ficaram os dois muito felizes, na escola, e lá vim eu com o meu casaco branco por ali fora. O meu casaco branco nos Correios, o meu casaco branco no Centro de Saúde, o meu casaco branco na escola da Beatriz.
Na reunião fico a saber que a directora de turma é da opinião que poderia ser boa ideia a Beatriz ir a um psicólogo (?!?!?!?). O meu casaco branco pareceu-me ridículo. Fiquei com frio e vim para casa com o meu casaco ridículo.

Macaquinho de imitação

9.1.13

O caminho faz-se caminhado

9.1.13
Devo dizer que às 10h00 da manhã apetece-me dar o dia por terminado. É que as duas horas e tal que passo com eles, desde que me levanto até os deixar na escola, praticamente rebentam comigo.
Acredito que a minha mãe tem razão quando diz que somos todos uns "meias de seda", mas, caramba, duvido que uns meias de lã com tamancos aguentasse impávido e sereno ao Nestum espalhado no tapete da sala (que veio da aldeia lavado e seco, porque aqui não tenho como o lavar e secar); aos 20 minutos que levámos a chegar ao eléctrico, nós os três, mais o cão, mais a bola e mais um saco de roupa; ao vómito do Isaac quando saímos do eléctrico e, logo a seguir, ao quero fazer xixi; ao saco da roupa que ficou cheio de merda, quando o pousei no chão para o pôr a mijar; ao Nicolau a tentar agarrar o jacto do xixi...a sério, fico a suar por todos os poros.
E, depois, provavelmente, quem nos vê tão fofinhos, a cantar "olhá bola Manel", deve achar que somos tão lindos e tal e nem se apercebe que fedemos, e que tenho as costas num oito de levar o Nicolau às cavalitas, mas a verdade é essa. Nunca soube, ou nunca tive como, seguir pelo atalho mais curto e prazenteiro, parece que só sei caminhar no meio do mato a arranhar-me toda e a torcer os tornozelos nos desníveis, como se só assim tivesse a certeza de que estou mesmo a caminhar e não a passear pela vida.

Perguntas que eu gostava mesmo de saber a resposta

8.1.13
Uma pessoa normal que acorda (mal disposta, claro) e percebe que só há um pão (para o lanche da mais velha), que os cereais acabaram e o Nestum só dá rés-vés para os dois mais novos lembrar-se-ia de fazer panquecas para o pequeno-almoço?

Lisboa

7.1.13
Quando voltar para o Porto, porque voltar para o Porto sempre foi uma inevitabilidade, sei que vou sentir falta de Lisboa. Vou sentir falta do ronco dos barcos no Tejo, como agora sinto do som das gaivotas do Porto; do jardim da Estrela; do pato que conversa com as pessoas (sobretudo com os mais idosos, se calhar por ele ser também um velho) no lago do jardim da Parada; da Gulbenkian; da mouraria; das variadíssimas ofertas culturais e gastronómicas que a cidade tem e, sobretudo, das suas predisposições. Porque, como diz Lawrence Durrell, "uma cidade, tal como uma pessoa, reúne as suas predisposições, os seus apetites e os seus temores." (sim, estive a ler o ípsilon).
Do eléctrico que frequento, quase diariamente, não vou sentir falta, mas vou de certeza ser acometida por uma certa nostalgia ao lembrar-me dele.
Lisboa não é sempre uma cidade fácil, mas é uma cidade que nos deixa acreditar que tudo é possível (sobretudo quando não se é puérpera, ou se está a amamentar, ou a cuidar dos filhos a tempo inteiro).

Dia de Reis

6.1.13
E lá foi ele, o nosso Rei, para o Oriente, como convém nesta altura. Durante as próximas duas semanas e meia, sou mulher de um emigrante a cuidar dos três filhos sozinha (lá está, incrível como as coisas se repetem de geração para geração! Felizmente, na terceira, a emigração dura apenas alguns dias. Por enquanto...).
Eu costumo arranjar uma forma muito particular de lidar com estas coisas: zango-me e torno-me uma pessoa bastante insuportável. Desta vez ele decidiu imitar-me e zangou-se também, sem, no entanto, tornar-se tão insuportável quanto eu. Perfeito, pensei, assim ele só tinha de virar costas, como quem vai ali espairecer e volta já. Cheguei a pensar que nem ia chorar nem nada, quando muito podia deixar cair uma lagrimita assim disfarçadamente, mas qual quê, fiquei tal qual como da outra vez. Isto de se amar alguém perdidamente é uma seca, ou deverei dizer uma molha?

P.S Entretanto, acabei de decidir que quero começar uma tradição nesta família: a partir do próximo ano festejaremos os Reis, como nunca fizemos. Uma vez que no Natal temos de nos separar ano sim, ano não, nos Reis estaremos juntos, todos, para todo o sempre. Será a nossa festa da família.

Síndrome de ano novo

4.1.13
Depois de um Dezembro em que praticamente não pus os pés na piscina, ou porque era feriado, ou porque os putos estavam doentes, ou porque havia monstros à solta, achei que hoje não tinha como faltar.
Assim, a 15 minutos do início da aula (vivo praticamente ao lado da piscina) lá fui buscar a mochila ao sítio do costume e, azar dos azares, não estava lá o cartão de acesso. Lembrei-me que o podia ter guardado no bolso de dentro de um saco que costumo usar, porque é lá que guardo as coisas importantes que encontro debaixo do sofá, ou no caixote dos brinquedos. Meu dito, meu feito, lá estava ele. Pronto, já podia ir.
Quase na porta, estanquei com um pensamento inadvertido: quando foi a última vez que fiz a depilação? Pois, não faço ideia. Vai de levantar as calças e...o horror! Toca a tirar as sapatilhas e as calças, correr para o quarto de banho, abrir a porta do armário e...onde é que estão as giletes? Não há giletes nesta casa. Faz sentido, ele usa barba e eu depilo-me, pelos vistos muito de vez em quando, com cera.
Mas eis que o inesperado acontece. Vesti as calças, calcei-me e fui para a piscina tal como estava. Eu não sei se é do ano novo, de alguma conjugação astral, ou se entrei na fase maníaca, mas o que é certo é que me andam a dar umas ganas de sair por aí e levar tudo na frente.

Porque é que este vai ser um ano do caraças?

3.1.13
Eu devo dizer que estou cheia de expectativas para este ano. Na verdade eu estou cheia de expectativas para todos os anos que começam, mas este parece-me particularmente promissor tendo em conta a forma como começou.
Primeiro, a poucos minutos da meia noite, estava toda a gente a dormir menos eu, o que só pode querer dizer que vou finalmente deixar de ter tanto sono. Segundo, tinha a pássara a arder (por causa da Candida, o fungo), portanto devo esperar um ano fogoso.
E é isso.