Dia #48

30.4.20

Sei que há muitas dúvidas sobre o que nos espera, mas essa é basicamente a condição de ser humano, por isso, não, não estou preocupada. Tenho medos (estou sempre a falar disso, do meu medo de tudo) e fico apreensiva com algumas notícias, mas não estou preocupada. Não estou preocupada por nós, quero dizer, e estar aqui a falar da minha preocupação pelos outros seria só um chavão bonito. Aflige-me a situação de muita gente que conheço pessoalmente e de pessoas que não conhecendo sei quem são, mas é só isso. Aflige-me e continuo com a minha vida.
E a minha vida está bem, na minha perspectiva. Ter um negócio que abriu há pouco tempo, sem uma almofada financeira para suportar a quebra face ao investimento, e não descender de uma família com recursos, deveria preocupar-me, mas eu acredito profundamente no que estamos a fazer, em termos profissionais, entenda-se. E quando eu acredito, não preciso de mais nada.
Além do amor e derivados, há pessoas que precisam de sapatos, outras de sexo, ou de carros, ou de todas as mencionadas. Eu preciso de acreditar no que faço (e de vinho, sendo que não desdenho o sexo).
Por isso, fomos apanhar maias (tenho a impressão de conhecer estas plantas como maios, mas não tenho a certeza) para proteger a vinharia e a nossa casa.

2 comentários:

  1. Na Bairrada também era tradição mas este ano não encontrei! Ficam sem proteção as fechaduras desta vez!

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  2. São giestas. Num soneto de Florbela Espanca ela diz " o sol pesponte a oiro " as giestas. No Alentejo faziam vassouras com as hastes secas. Duráveis, resistentes. Flor de muitas forças, portanto. Luísa Barbosa

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