Estava a escrever um texto bonitinho, que até fazia sentido e tudo, mas apaguei-o. Se querem saber era sobre este confinamento me recordar os tempos em que estava confinada com dois bebés e uma pequena em casa e em como me sinto igual sem metade da piada.
É certo que não se pode comparar uma pandemia a pós-partos, puerpérios e bebés fofinhos (mesmo que guinchem, nos ponham as mamas a escorrer sangue e não nos deixem dormir), mas isolamento é isolamento. Por isso, sempre admirei aquelas mães blasé que não deixando de ser mães parecem que não são. Adoro-as!! Podia dizer que as admiro, mas isso implicaria achar que se esforçam para ser assim, quando não é o caso. Por isso, só podem ser adoradas.
É verdade que é preciso uma aldeia para educar uma criança, mas nunca houve tantas facilidades como agora (as creches acessíveis a uma grande parte da população é uma realidade recente), as mães blasé podiam, e deviam, ser uma tendência. Mas as creches existem para as mães e pais poderem ir trabalhar e pagar as contas e depois chegarem a casa e fazer tudo o resto (quando não podem pagar a uma empregada doméstica). E, como ao fim-de-semana têm de inventar coisas giras para fazer com as crianças, sobra pouco tempo para fazer o que lhes interessa.
Nestes dois meses é capaz de haver muito mais pessoas a reverem-se nesta realidade, por não terem para onde mandar os filhos, por isso é capaz de ser mais fácil compreederem que já há algum tempo não sei como festejar o Dia do Trabalhador, porque nunca trabalhei tanto como quando não tive um emprego.
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