Dia #42

24.4.20
O Jaime descobriu a Michelle Gurevich, que é o que estou a ouvir neste momento e, por certo, vou continuar por muitos e muitos momentos, tendo em conta o comportamento OCD do melómano cá de casa.
Bom, seja como for, começa a ficar claro que também vamos retirar coisas boas disto tudo, não começa?
Provavelmente ainda falta algum tempo para isto (nem sei quantos problemas cabem nesta palavrinha) passar, mas já se começa a notar um certo frenesim para voltar tudo ao ''normal''.
Por mim, podíamos ficar assim desde que tivesse mais liberdade de movimentos para poder soltar os miúdos na Natureza e encontrar-me com algumas pessoas.
Entretanto, lembrei-me que devia ter apontado pequenas coisas que fui descobrindo com o confinamento, como as cebolas de Barcelos. Há uma mercearia aqui perto de casa que vende fruta e legumes, com a origem da mesma escrita à mão, num pequeno papelão. A salsa, a alface e os limões são do quintal dela, mas isso não está escrito em lado algum.
Então, as cebolas de Barcelos fizeram-me perceber o que significa ao certo este legume ter muitas camadas. Por cada camada normal, há uma película quase transparente e muito fina, que não se deixa picar e cai na panela inteira, ou enrola-se nos dedos.
Não se pode comparar à descoberta da Michelle Gurevich, mas já tinha saudades de fazer coisas destas, de juntar cebolas de Barcelos e uma cantora e compositora canadiana no mesmo post.


2 comentários:

  1. E eu descobri a Michelle Gurevich contigo. Obrigada.

    ResponderEliminar
  2. Também descobri agora! Fez-me lembrar o Leonard Cohen.

    ResponderEliminar