Hoje de manhã pensei: vou ficar na cama a dormir o dia todo (estou mesmo a ficar idosa, antigamente queria domir semanas, ou meses, quando não sabia o que fazer com a minha vida), mas depois veio o Nicolau perguntar-me se não ia ajudá-lo com a escola e, logo a seguir, veio o Jaime, aflito, perguntar qual era o problema e eu achei que tinha de me levantar.
Saí da cama, igual a uma lontra, com a cabeça a latejar e uma nódoa negra na canela da perna com origem desconhecida (entretanto, lembrei-me que ontem, antes de me deitar, a porta do armário onde temos o balde do lixo soltou-se e bateu-me na perna).
Como gastei demasiada água no duche, fique a pensar se servirá para alguma coisa tomar menos vezes banho, se depois compenso com longas e quentes chuveiradas de água. Ainda considerei definir uma quantidade para gastar semanalmente, com a cabeça sempre a latejar, e ri-me. É por isso que bebo, para deixar de me ouvir.
No resto do dia, e depois de me sentir uma atrasada mental a acompanhar as aulas das crianças, decidi fazer as coisas que me ajudam a não pensar: caminhar, ler e tricotar. Cozinhar, às vezes, também ajuda, mas a utilidade/necessidade da acção estraga o efeito.
Se cada um de nós pudesse fazer só o que lhe apetecesse, lhe fosse conveniente, que tipo de pessoa seríamos? Eu acho que não seria má pessoa, mas gastava muita água.
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