Nós estamos a enfrentar uma pandemia. É um facto. Temos de ficar em casa para nos protegermos e proteger os outros. Outro facto. Há quem diga, até, que estamos em guerra. Isso já é capaz de ser uma interpretação livre, apesar de haver muitos velhinhos a viver em lares em que, provavelmente, se sentem entrincheirados. E sabemos que há pessoas mais responsáveis do que outras e mais preocupadas com o colectivo do que o individual. Não é de agora.
O hashtag ''stayhome'' é muito bonito, mas quantos de nós têm de sair de casa para trabalhar? Honestamente, choca-me mais o julgamento sumário de tudo e de todos, do que ver velhinhos na rua, como se estivesse tudo normal, ou ver os homens das obras a almoçar juntos numa sombra. E quantas pessoas que se orgulham de ficar em casa utilizaram os serviços das que não ficam, porque estão a trabalhar?
Sim, já sabemos que sair para trabalhar é uma coisa, para passear é outra (espero tanto que esta crise venha reformular a organização do trabalho!). Mas não podemos achar que ficar em casa, com todas as mordomias que o nosso nível de vida e a tecnologia permitem, faça de nós melhores pessoas do que as que têm de sair (se calhar aquilo de não romantizar a quarentena era sobre isto. Eu costumava ser mais perspicaz...).
Sim, já sei, há as que têm de sair e as que saem porque sim e, muitas vezes, também fico perplexa com o número de pessoas na rua. Pior, porque raio saem tantas ao domingo? Será que há muita mais gente com a mesma rotina de trabalho do que supomos? Como não são nossas amigas no facebook, não temos como saber.
Bom, reflexões do dia à parte, tive um belo momento a observar os meus rapazes a ''brincar às bonecas'' com os seus peluches preferidos. Estiveram horas, isto é, uns 40 minutos, a vestir o panda e o cão com as roupas deles de recém-nascidos (finalmente tiveram uma utilidade!) e foi bonito de ser ver. Também comeram 1kg de laranjas, além das refeições normais, e o último dia de aulas foi adiado para segunda-feira.
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