As coisas

16.1.25

Quando escrevi no post anterior ''Não consigo deixar de ver um certo sentido para as coisas'', fiquei a pensar o que quereria dizer exactamente com coisas. Parece-me que quando nos referimos às coisas, num determinado contexto, queremos dizer tudo, abranger tudo o que conhecemos. O dicionário dá-me razão: ''tudo o que existe ou pode existir real ou abstratamente'' (Infopedia).

Seja como for, fiquei com a palavra às voltas na cabeça, com a sensação que escondia algum mistério, maior do que ''tudo o que existe, ou pode existir''. Pode ser que ande a ler demasiada filosofia para os tempos que correm, mas os tempos que correm exigem isso mesmo, que não nos deixemos ficar pela superfície daquilo que achamos que existe. É preciso ir um bocadinho mais fundo. As contas por pagar, as más notas dos miúdos, a vida transformada em ''métro, boulot, dodo'' não pode ser desculpa para não querer saber.

E decidir que o jantar de hoje é salmão e o de amanhã costeletas, com tudo o que isso implica - compras, cozinhar, ouvir reclamações, não me impede de ler Séneca, ou Santo Agostinho. Nem de querer melhor para os tempos que correm. 

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