Antes do almoço estivemos a definir as tarefas de cada um para os próximos dias e quando me apercebi que ainda não passou uma semana, foi só um fim-de-semana mais um dia, ia tendo um ataque.
Mas, bom, é preciso fazer alguma coisa, sobretudo depois destes resultados eleitorias. Por isso, comecei a conversa da divisão das tarefas com um discurso inspirador, do tipo, eu achava que nós podemos ser felizes a fazer o que gostamos, a viver de acordo com os nossos ideais sem nos preocuparmos com o que os outros fazem, ou pensam, mas enganei-me. Temos de trabalhar, de nos esforçar para sermos, pelo menos, parecidos com os outros para os impedir de chegar a estes extremos. Ou seja, não vamos conseguir mudar o mundo ficando fora dele. O Jaime riu-se, mesmo que negue, e as crianças disseram que não perceberam nada. Quer dizer, o mais velho ainda perguntou se eu pensava mudar o mundo a vender vinho, o que mostra que, além de se achar um engraçadinho, estava a perceber o que eu queria dizer.
A divisão de tarefas correu bem, não obstante, e só houve discussão quanto à escolha das refeições, mas depois de perceberem que a comida encomendada só pode vir de restaurantes que tentam sobreviver no meio desta pandemia, um escolheu sushi e o outro hambúrgueres feitos em casa - ''Mas têm de comprar ketchup'', disse.
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