Bojador e Clarinhas

27.10.20




No quarto domingo fomos a Viana do Castelo, ou melhor, fomos visitar o antigo Navio-Hospital Gil Eannes, porque já conhecemos relativamente bem a ''Pérola do Minho''.
Era escusado ter perguntado se sabiam quem era Gil Eannes para depois não saber responder onde era ao certo o Cabo Bojador. Só me ocorria Vidigueira, por causa do vinho. Enfim, tenho sido um flop como guia turística. 
É claro que toda a gente adorou visitar o navio e ninguém achou nada daquilo claustrofóbico, tirando eu.
O almoço foi num restaurante muito sui generis, que antes era um Bingo, mas, além de não ter uma carta de vinhos decente, é caro para o que oferece.
Como a Natário está fechada ao domingo, regressamos pela EN13 para comprar Clarinhas de Fão. Comi quatro. 
O pior foi o regresso com eles os dois a serem parvos no banco de trás, porque há dias em que não nos apetece aturá-los nos apetece ouvir música no carro e o melhor não preciso de dizer, pois não?

Poeira

23.10.20

Ontem, estava a ver a Serif a limpar o pó das máquinas de secar da lavandaria e lembrei-me do do deserto do Saara que chega à Amazónia e de como me pareceu bonita a ideia de estarmos todos ligados pela poeira. 

Fiquei à procura de encontrar a mesma poesia naquele pó compacto, repleto de queratinócitos e outros vestígios de diferentes pessoas, mas não consegui.

Hemester

21.10.20

Como não tivemos férias este ano, ou melhor, os miúdos estiveram duas semanas num campo de férias e depois passámos quatro dias juntos na Serra d' Arga, considerámos fechar a vinharia uma semana para fazermos a 'road trip' da moda, este mês. Mas, com o isolamento profilático a fazer de espada de Dâmocles em cima das nossas cabeças parece-nos insensato gastarmos dias em férias (nem acredito que sou eu a dizer isto).
Assim sendo, decidimos ir a um sítio diferente, todos os domingos, que fique a uma distância de casa relativamente curta. São as nossas 'hemester' (tantos bloggers/influencers a fazer 'satycation' este ano e não inventaram um termo em português?). O IKEA e os ABBA são quase tudo o que sei sobre a Suécia, mas fico sempre fascinada com as palavras que inventam para denominarem um modo de estar, como a 'Lagom'.
Então, como estava a dizer, temos vindo a usar os domingos para uma espécie de férias perto de casa. No primeiro fomos fazer parte da Rota do Românico. Escolhemos a do Vale do Tâmega e dos 25 monumentos incluídos, visitamos 11 mais o Centro de Interpretação da Escultura Românica, em Abragão. Foi tudo muito giro, até porque conseguimos os passaportes, mas o melhor mesmo foi o vinho doce da Casa dos Presuntos, em Penafiel. O pior foi a minha total falta de conhecimento sobre arquitectura românica, que pôs toda a gente à procura de cães para responder à pergunta: ''Que tipo de motivos estão esculpidos nos cachorros desta Igreja?''
No segundo domingo fomos ao Portugal dos Pequenitos. É aquele clássico que ainda não lhes tínhamos mostrado. Fomos lá todos, quando éramos crianças, se calhar mais do que uma vez e todos delirámos com aquilo. Depois, claro, queremos revivê-lo através dos nossos filhos. Primeiro embate, as máscaras e o circuito obrigatório. Depois, a quantidade de telemóveis no ar a fotografar as criancinhas. Não era assim que me lembrava do Portugal dos Pequenitos e pareceu-me que os nossos filhos não ficaram lá muito impressionados. O melhor foi o almoço no Arcada e a paragem no Castelo de Montermor-o-Velho. O pior, a fotografia que tivemos de comprar no final da visita.
Depois, no domingo passado, fomos a Cabeceiras de Basto visitar Moinhos de Rei, que é assim um lugar para lá de bonito. É claro que faz alguma diferença estar vazio nesta altura do ano, mas pareceu-nos um sítio mesmo especial! O melhor foi estar ali, a ouvir a água correr, enquanto eles brincavam, o pior foi não nos termos lembrado de levar comida para ficar por ali, no parque de merendas. Bom, na verdade, almoçámos muito bem no Grelhados & Companhia e depois ainda fomos parar à Barragem do Oural sem querer, onde os pequenos aproveitaram para tirar a roupa e mergulhar. Portanto, não houve pior em Cabeceiras de Basto.