Dia #19
31.3.20
Fui levar umas coisas a casa da minha mãe e não foi o drama que estava à espera. Sem beijos, nem aproximações desnecessárias, tudo com muita naturalidade. Na verdade, nunca fomos muito de manifestações de afecto e talvez não sejamos tão próximas como pensava, ou gostava, não sei. Não quis ir ao quarto ver a minha avó, que já não anda há um par de anos, nem fala há uns meses.
Depois do almoço estivemos a trabalhar nas burocracias da vinharia, que é a parte menos divertida do negócio. Bom, limpar os vidros daquela montra e lavar o chão também não é propriamente entusiasmante, mas é mais tolerável. Quer dizer, depende dos dias!
Como queremos evitar que as crianças passem muito tempo a olhar para ecrãs, o Jaime foi buscar a caixa de ferramentas, que é assim uma mania que me ultrapassa, este fascínio por ferramentas. Temos coisas que acho que nunca foram usadas, só porque o Jaime achava giras, ou úteis, sei lá eu. Enfim, eles também não ficam indiferentes àquela parafernália e, portanto, foi uma bela tarde de marteladas e objectos a serem lixados.
O que me valeu foi ter tido o melhor momento da quarentena, até agora: o pão com doce de kiwi da Dora e a infusão da felicidade que ela enviou pelo Jaime, aquando da entrega da encomenda de vinho.
Nunca pensei que uma infusão pudesse saber-me tão bem como um copo de vinho! E aquele doce, então, nem sei o que dizer.
P.S acabei de ter a primeira conversa online, desde que isto começou, com uma amiga de longa data e foi tão bom (isto hoje está a ser um dia em grande)!! Para muita gente pode ser estranho, mas eu não gosto particularmente de falar com pessoas no computador, ou no telefone. Mesmo nos dois anos em que vivi em Timor devo ter feito duas chamadas skype. Parece que até isso a quarentena está a mudar!
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