E se...

4.3.19
Houve uma altura na minha vida em que quase me inscrevi num curso de língua gestual. Não me lembro ao certo quando foi, mas tenho quase a certeza que foi depois de ter sido mãe, porque antes era menos diletante, por muito contra-senso que isto pareça.
A minha ideia era que não há linguagem mais universal do que a gestual, portanto seria lógico que em vez do Esperanto se aprendesse a língua dos surdos. Seria mais abrangente, pelo menos.
Não tirei o curso, porque me pareceu que não me serviria  para nada (a não ser, talvez, para trabalhar numa escola de crianças surdas) se o resto do mundo não tivesse a mesma ideia, mas continuo a achar que devia ser uma das opções de segunda língua na escola.
Ou seja, impedir-me de fazer coisas incríveis, sem nexo e completamente irrelevantes tem sido, muitas vezes, o meu colete salva vidas, aquilo que me tem feito passar por uma pessoa adaptada e funcional. O que é bom, ou vantajoso, mas não consigo deixar de pensar, como sugere o professor Dave Schmerz, ''E se...''

5 comentários:

  1. Também pensava que seria uma língua universal mas acho que não, que existe língua gestual portuguesa, língua gestual inglesa, língua gestual sueca... ao princípio pareceu-me um desperdício, mas se calhar estava a ser ingénua e/ou injusta ao imaginar uma língua menos intimamente herdeira da cultura local.

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    1. Pois, mas parece uma língua tão mais universal. Uma pessoa que saiba língua gestual portuguesa não entenderá melhor a língua gestual sueca, do que nós o sueco?

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  2. Outro dia li que a única linguagem verdadeiramente universal é a música. Não no sentido poético da coisa, mas no sentido literal de "ler música". Uma pauta lê-se da mesma forma em todas as línguas.

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    1. Realmente! Nunca tinha pensado nisso.
      É claro que não serve para as questões práticas do dia-a-dia, mas agora fiquei a pensar como seria um mundo em que toda a gente soubesse ler uma pauta.

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    2. E porque é que na música se alcançou esse código universal e noutras coisas, até mais básicas, não? Outro dia também fiquei surpreendida (mas ao contrário do exemplo da música), por me aperceber que quando se partilha uma pista na piscina, o sentido em que nadamos não é o mesmo em todos os países. Cá nadamos contra os ponteiros do relógio, noutros países a favor dos ponteiros do relógio (acho que segue o racional do lado da estrada em que se conduz) e noutros países, ainda, o sentido em que se nada depende se a pista é par ou impar. Como é que não se chegou a acordo numa coisa tão simples e de nicho tão específico?

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