Personalidade

2.4.16
Nos últimos tempos melhorei a forma como me alimentava, diminui drasticamente o consumo de vinho, faço yoga e meditação e tento fazer aquilo de ver o lado bom das coisas.
Com isto, tenho conseguido olhar para mim e para o que me rodeia com outra perspectiva, com menos angústia, sobretudo. Também perdi três quilos e toda a gente sabe o que significa para a auto-estima de uma pessoa conseguir apertar o botão das calças que tinham deixado de servir. No meu caso, mais do que conseguir apertar o botão, tem de haver aquela folga que permite uma pessoa sentar-se sem sentir que os órgãos internos estão a ser vítimas de tortura.
Naturalmente, ao longo deste processo que começou há três meses, mais coisa menos coisa, fui sentindo que estava diferente, que não precisava de comer tanto e, sobretudo, de beber tanto para me sentir bem. Que uma certa paz interior substituía a irritação constante e fui-me apercebendo do desperdício de energia que é a preocupação constante. 
Fui constatando, não sem alguma preocupação, que provavelmente estava a transformar-me noutra pessoa.
Depois, uma amiga perguntou-me se não tinha gostado de Banguecoque e eu disse que sim, que não tinha ficado fascinada, mas que tinha gostado bastante. E ela: "Ah, então as queixas eram só para o estilo!". E eu: "Queixas? mas eu não me queixo, eu até estou uma pessoa mais zen e tudo". E ela: "Sim, estás decididamente a percorrer um caminho, mas ainda não mudaste de personalidade." 

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