Apontamentos de Banguecoque

30.3.16




Comprei um livro em segunda mão, primeiro por causa da capa e depois por causa do título: "Questions of Travel".
Não gosto de ler, ou não sei ler, noutra língua que não o português, mas senti-me impelida a trazer este livro comigo. Custou 155 bhat (cerca de quatro euros).

Tal como a Laura, uma das personagens do livro, também leio, ou lia, avidamente sobre os sítios que quero visitar, mas ao contrário dela já não me surpreendo com o tédio que significa ser uma turista. E que tédio aquele Grande Palácio Real, com aquelas filas intermináveis de turistas. Turistas asiáticos, ainda por cima. Mas o Buda de Esmeralda é qualquer coisa, sem dúvida, e é preciso vê-lo a qualquer custo (será?). 

O mais surpreendente de Banguecoque foi comer o melhor marisco dos último tempos, no bairro chinês, sentados na berma de uma rua. Os carros passavam rentinhos aos nossos bancos, enquanto devorávamos ameijoas grelhadas, mexilhão com basílico e ostras.

A comida tailandesa é divina. Volto à Tailândia, um dia, só para comer. Aliás, quero viajar assim. Vou comer à Tailândia, vou ver o lago Hillier à Austrália, vou beber cervejas às 3h00 da manhã na Islândia e pelo caminho vou vendo o que acontece. Tenho a certeza que fico a conhecer tanto destes países como as pessoas que seguem à risca as 10 coisas a fazer em cada um destes sítios. 

Gostei muito do nosso hotel pseudo-sustentável e ligeiramente decadente da Rua Khaoson. Tem uma piscina no sexto andar que me pareceu intimidante com todos aqueles casalinhos românticos rodeados de braços, mãos e cocktails por todos os lados. Mas a certa altura os casalinhos foram-se arrumando para os lados para dar espaço às crianças. 

É muito provável que as crianças estejam na pior combinação de idades para viajar. Uma adolescente que passa a vida enfastiada, um rapaz de seis anos que reclama a toda a hora por ter de andar de um lado para o outro e um de quase cinco que emita o irmão. Também pode ser deles e não ter nada a ver com as idades.

O smog ao vivo é perturbador.

Depois de tantas caminhadas em cima de uns pés afectados por artrites (ainda efeitos secundários da chikungunya, que apanhámos há quase um mês), tenho as costas feitas num oito. A sensação de que nunca estou em pleno é muito irritante.

Trouxe tâmaras de Banguecoque e muitas outras coisas. Parece que, além de comer, fomos fazer compras à Tailândia. Isto até poderia ser deprimente se não vivêssemos em Díli, mas assim temos uma certa desculpa. 

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