Balanço: Conclusões 1

19.12.15
Fui almoçar com um grupo de amigas. É um facto que nenhuma daquelas 11 pessoas é verdadeiramente minha amiga, até porque até àquele almoço só conhecia superficialmente duas delas, incluindo a que me convidou, mas mesmo assim posso dizer que fui almoçar com um grupo de amigas. Chamemos-lhe pressentimento.
Nesse almoço senti-me estranhamente tímida e ligeiramente deslocada, sem saber ao certo por que razão. Acontece a toda a gente mas naquele almoço não fazia sentido algum sentir-me assim. Era como se estivesse a mais, isto é, era como se eu já lá estivesse antes de chegar.
Explico: a rapariga* que organizou o almoço sou eu há uns anos atrás, pelo menos nos aspectos que me são dados a conhecer: gargalhadas sonoras como já não me lembro de dar; rir de si própria como sempre gostei de fazer, sobretudo em relação à forma de vestir e às desgraças da vida (como estar desempregada); questionar-se sobre a maternidade/paternidade; falar das questões transcendentes/esotéricas de uma forma tão apaixonada que faz as outras pessoas quererem acreditar no mesmo que ela.
Toda a gente saiu daquele almoço feliz. Eu saí cheia de saudades de mim.

*Pode ser interessante saberem que antes de vir para Timor levei a minha mãe a uma psiquiatra, à mesma que me ajudou em tempos. Quando ela soube que eu vinha para cá deu-me o número de telefone de uma amiga e sugeriu-me que lhe ligasse (coisa que nunca fiz, obviamente). Essa amiga é esta rapariga.

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