Pois bem, enquanto arrumávamos as nossas coisas decidimos que deveríamos mandar para cá alguns livros, juntamente com outras coisas essenciais, como o órgão da Bea, a minha máquina de costura e a iogurteira.
Portanto, assim de repente vimo-nos perante o dilema de decidir que livros levar para uma ilha, que não sendo deserta é, pelo menos, distante. E eu, que nunca soube responder a essa pergunta dos livros e da ilha, acho que escolhi depressa e sem pensar muito. Tanto que nem me lembro ao certo que livros estão neste momento em alto mar. Lembro-me que pus de parte a biografia da Duras e alguns livros do Vila-Matas mas não tenho a certeza sobre o Diário da Virgínia Woolf. Também tenho a impressão que separei um clássico, tipo A Odisseia, que nunca li e queria aproveitar para ler, mas creio que eram demasiados volumes e desisti.
Assim sendo, no que diz respeito aos livros viemos apenas com os que estávamos a ler na altura, que é mais ou menos o equivalente a vir para cá apenas com a roupa que tínhamos no corpo. O que, em boa verdade, é o suficiente, se pensarmos bem.
Perante isto, e depois de terminar o meu "Disse-me um Adivinho", dei por mim a ler o"Apenas Miúdos", da Patti Smith e um policial da Camilla Läckberg, trazidos pela Bea. Depois, decidi comprar mais um ou dois e, perante a oferta, optei pelo "Comer, Orar, Amar", porque uma das partes do livro passa-se em Ubud, um dos sítios que mais gostámos de conhecer em Bali e "Da Cruz ao Sol Nascente", um livro de um Jesuíta que conta a sua experiência em Timor ao longo de 38 anos.
Entretanto, estou a ler um emprestado, A Batalha das Lágrimas, e sinto-me como quando tinha 11, ou 12 anos e lia tudo o que me aparecia à frente, desde aqueles romances de cordel Sabrina, até ao Dostoievski, com o mesmo entusiasmo.
Não sei porquê, acho que o calor húmido se presta realmente à leitura de biografias. Se precisares de alguma coisa com urgência relativa, tenho os CTT a 200 metros de casa.
ResponderEliminarEntretanto, atiro-me aos livros de Outono e começo a tomar a vitamina D. Cada um tem o que pode.
Olá Não li o livro do jesuíta mas ouvi muitas vezes as histórias dele, que oscilam entre o arrepiante para lá de tudo o que já ouvi e o muito, mas muito cómico. Já conheceste o Padre Martins? Visita-o um dia, se te apetecer, recebem-te bem. E o Padre João Felgueiras, companheiro do P. Martins, é uma pessoa que vale mesmo, mesmo a pena conhecer. Eu, que não sou nada, mas nada, de padres e afins, nutro uma quase veneração pelo P. Felgueiras, acho-o a pessoa mais próxima da santidade que alguma vez conheci.
ResponderEliminarTenho muita inveja de ti e da tua família.
Mas não ha bibliotecas/livrarias em Dili ? Como fazem os outros expariados ?
ResponderEliminarBibliotecas só a da universidade e a da Escola Portuguesa, que pode ser usada pelos pais. Livrarias só com livros não há nenhuma. Mas há duas ou três livrarias/papelarias, com pouco oferta, e há pelo menos um sítio que faz troca de livros. Não tenho razões de queixa nessa matéria.
EliminarA meia dúzia de livros que enviámos para cá foi por uma questão sentimental. Algumas pessoas aqui em casa nutrem afecto por certos objectos, o que não é o meu caso. A máquina de costura veio, por sugestão do Jaime, e porque havia espaço no caixote.