Aquele pequeno instante em que procuramos alguma coisa na nossa memória e só vemos vazio é aterrador e uma pessoa não sossega enquanto não vasculha à volta, à procura de outras memórias para preenchê-lo. Não sei se não deveríamos explorar mais esses vazios.
Quando era criança experimentava esses mesmos momentos aterradores quando conseguia ver-me velha a falar sobre mim (claro, sobre quem mais?). Ficava em pânico, por um brevíssimo momento, porque já não sabia se eu era eu, ou se uma memória daquela velha.
O Nicolau, quando acorda, pergunta muitas vezes se hoje já é amanhã, e eu sei exactamente o que ele quer dizer.
O Nicolau, quando acorda, pergunta muitas vezes se hoje já é amanhã, e eu sei exactamente o que ele quer dizer.
Tenho a impressão que não estou a fazer sentido algum, mas não posso fazer nada em relação a isso. E depois uma certa dose de nonsense nunca fez mal a ninguém.
eu sei do que falas. aliás, quase sempre. acabei de ter um micro milésimo de segundo de pânico.
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