Estava a aterrar em Timor-Leste, depois de uma escala em Singapura desafiante (juntem jetlag + crianças pequenas com jetlag + quarto alugado no airbnb, numa casa com mais dois quartos alugados com várias camas + apanhar um taxi, onde o taxista quase não conta, já que tudo é controlado por um "sistema"), e pensei que devia sentir alguma coisa especial ao avistar a ilha dali de cima. Pensei que era gaja para me emocionar, mas depois olhei para o Isaac, o mais entusiasta nestas coisas das descolagens e aterragens dos aviões, e vi que tinha adormecido a 30 segundos de aterrar em Timor. Era esse o sentimento certo - um certo sossego. Emocionei-me na mesma, nunca vou ser capaz de controlar sentimentos.
Depois cheguei à minha casa timorense, vi as papaias, as frangipanis, os detalhes curiosos (chamemos-lhes assim) espalhados pela casa, os timorenses que vivem à nossa volta, com as suas bancas de legumes e as campas dos mortos enterrados ao lado. Ouvi o toké que vive no jardim e os galos dos vizinhos e lembrei-me da Helena. Não deve faltar muito para o bicho que canta tão bem começar a irritar-me (conseguiram-no fotografar e aquilo é um sardão medonho), para deixar de me rir quando a água acaba e tenho de sair do banho para ligar o motor que puxa a água do poço, para abrir guerra contra a Natureza que insiste em entrar pela casa dentro, para me chatear com este mar de gente que vive à nossa volta e que acorda quando o dia nasce.
Mas, para já, estou só a stressar com a novidade de ter uma empregada em casa todos os dias. Além do lixo é o meu maior stress. Podem odiar-me à vontade.
Gosto tanto de saber de vós, caramba! Há séculos que não comentava, embora vos siga atentamente (semanalmente, vá) há uma porrada de tempo.
ResponderEliminarSou aquela chata que há uns dois anos vos chateou para uma palestra no Museu Nacional de Soares dos Reis (em que só pôde ir o Jaime, que apanhou uma seca, coitado).
Bom, tudo isto para saber que me preocupo, genuinamente, convosco e com a vossa felicidade. Estão a ir para o sítio que sabem não vos trazer mais distâncias, e essa é a vossa felicidade.
Nunca pare de nos sossegar (e desassossegar coo tantas vezes acontece - e é tão bom!)
"Um abraço desta que tanto vos quer",
Regina Machado
:)
ResponderEliminarCuriosos, de facto, os detalhes. Isso do sardão medonho também seria coisa para me apoquentar (fui ao google e acho que se parece com uma osga exótica, argh).
Arranja uns tintos, cuida de ti, sejam felizes (isso por aí tem tanto verde que deverá ser impossível não o ser).
que bom que chegaram bem! tens aí uma casa cheia de cor e espaço e vida! muito potencial:)
ResponderEliminarGosto tanto dessa casa! A coisa promete. Boa sorte!
ResponderEliminarTêm um depósito de água privado??
ResponderEliminarVivi uns meses em Angola e ter uma empregada todos os dias era uma das coisas que me atrapalhavam a rotina. principalmente quando ela dormia a sesta, a seguir ao almoço :)
Boas vibrações à vossa volta. Vai correr tudo bem.
Tenho, é um dos poucos aqui nas redondezas e por isso acho melhor não reclamar do motor e outras minudências...
EliminarQue mudança do caraças Oh yeah assim vais ter muito mais do que te queixar ah e como gosto dos teus real post,s 😍 há de haver muita matéria! Yes! Hás de me alegrar os dias chuvosos que terei de enfrentar cada vez subimos mais na latitude 😁 estamos agora no âmago dos nobeis mas ao menos temos um quadrado de jardim ah e escadas em casa para eu mexer as pernas 😀 a mais sincera sorte !
ResponderEliminarA mesa e as cadeiras são um espanto, o lavatório tem utilidade, mas arranjava um biombo para o esconder.
ResponderEliminarVives numa casa com jardim (e papaieira) e isso, para mim, é top! Acho q vocês vão ser mesmo felizes aí. Quer dizer, tu vais continuar a reclamar, mas há coisas q não mudam 😝
ResponderEliminar