Horas

11.3.15
Perguntaram-me, hoje, ali para os lados da Graça: "Tem horas que me diga, se faz favor". Não tinha. Segui o meu caminho mas não conseguia deixar de pensar na pergunta. "Tem horas que me diga, se faz favor". A imagem do rosto, onde se destacavam o cabelo comprido preto da tinta e o diastema nos dentes de cima, ia-se diluindo mas a pergunta insistia em continuar comigo.
"Tem horas que me diga, se faz favor".
Pode não parecer mas a pergunta é estranha. Primeiro, já pouquíssimas pessoas perguntam pelas horas, porque toda a gente tem telemóveis e depois, se eu de facto tivesse horas, porque raio não lhe diria?

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