Eu tenho muita dificuldade em separar o artista da arte.
Acho que há formas de arte em que é possível esta ser uma coisa diferente do artista, mas não me parece que seja o caso da literatura (a literatura ainda é uma arte, certo? É que posso estar enganada, sei lá, as coisas mudam).
Quando soube que a Doris Lessing, Nobel da Literatura em 2007, tinha três filhos, dois do primeiro casamento, que ficaram a viver com o pai depois do divórcio, e um do segundo que ficou com ela, ainda mais intrigada fiquei, mas a maior parte das vezes nada disto é assim tão intrigante, é até bastante simples: "Pensei que não era a melhor pessoa para os educar. Teria acabado como alcoólica ou intelectual frustrada, como a minha mãe", disse a escritora numa entrevista.
Eu também não quero acabar como a minha mãe (que não é alcoólica, nem intelectual), mas que dou por mim a seguir-lhe as pisadas, dou:
Da
Tra
Frus
Também se pode dar o caso de ter aproveitado o post para falar de dois escritores e, mais uma vez, dar a entender que sou mais ou menos culta.
*Mudei o verbo pensar para o escrever, porque, infelizmente, penso todos os dias na morte.
**É capaz de ser de mim, mas a tradução do livro parece deixar muito a desejar.
Pois, eu também achei especialmente intrigante esse segmento da biografia da Doris Lessing, e já tinha reparado nele há algum tempo... Certamente que será uma escolha tão válida como outra qualquer, mas lá que implica despreendimento e cupidez, implica... E curiosamente ele cuidou desse terceiro filho, que por alguma razão era inválido, até morrer, de modo que o destino revelou-se-lhe até bastante "preso"...
ResponderEliminarSer frustrada é a coisa mais provável da vida, Calita.