Todas as noites, antes de adormecer, penso nas coisas terríveis que não aconteceram aos meus filhos. Todas as noites inspiro profundamente, retenho o ar, expiro profundamente retenho a ausência de ar, volto ao início e repito a mesma coisa meia dúzia de vezes para afastar as imagens terríveis que vêm invariavelmente ter comigo. Acontecem a tanta gente, essas coisas terríveis, é óbvio que também podem acontecer comigo. É doentio, mas não consigo afastar-me desses pensamentos. Por isso, ontem, quando o Nicolau acordou a gritar com dores nas pernas, incapaz de se segurar em pé, eu pensei: pronto, chegou o dia em que vou enfrentar a pior coisa da minha vida.
Deixei de saber respirar. E não respirei mais, acho, até ouvir o "não é nada de grave".
Deixei de saber respirar. E não respirei mais, acho, até ouvir o "não é nada de grave".
Eu também sou assim, é uma espécie de medo de relaxar e de ser esse o momento em que algo mau vai acontecer. Porque é como dizes, acontece a tanta gente, porque não a mim?
ResponderEliminaroh calita tiraste me um peso de cima! Eu às vezes tou deitada e ponho-me a pensar que se calhar às vezes sou leviana com ela (a leonor de 3 anos), e deixo-a à vontade demais, e se um ela tivesse sido atropelada quando a deixei tão à vontade... e o filme vai mais longe, até que percebo que tenho que parar! e tu? consegues parar?
ResponderEliminarÉ, não é? São tantos filmes, Óscar de melhor realizador para mim. E às vezes é sobre coisas estúpidas, uma queda mal dada... porque também acontecem acidentes coisas pequenas... O meu maior pânico / paranoia são as janelas...
ResponderEliminarDepois há aquele lado que nos diz que temos que os deixar correr, saltar, arranhar joelhos...
Não sei se melhora, ou nos habituamos a andar com o coração nas mãos.
A minha é tão saudável que até tenho medo...
olá. pela primeira vez não pude evitar de comentar. Até ler este post pensava que devia ter algum problema...tantas coisas más acontencem a pessoas que não as merecem...que desde que fui mãe vivo como se estivesse à beira do abismo.Vai ver, afinal, não passa de preocupação normal de mãe! De qualquer forma foi bom descobrir que há quem partilhe as minhas preocupações e que não são só "paranoía". Felícidades.
ResponderEliminarSou igual. Igualzinha. :(
ResponderEliminarEspero que não seja nada. Não é de certeza.
Foi reconfortante saber que não estou sozinha. às vezes acho que sou eu que estou a pirar, mas qualquer coisa eu faço um filme, porque infelizmente não acontece só aos outros.
ResponderEliminarQue tudo corra bem com o Nicolau (serão dores de crescimento?)
Finalmente alguém que passa pelo mesmo que eu! Às vezes recriminava-me por me acontecer exactamente o que descreve, achando que era um disparate e que devia ser única a ter esses pensamentos, qual extraterrestre perdido. A verdade é que acompanho histórias muito tristes através das redes sociais que me fazem sentir uma previligiada porque tenho saúde e a minha cria também, mas ao mesmo tempo super vulnerável: e se me acontecer a mim?! E de repente entre imagens e filmes imaginários fico numa angústia terrível e começo a pedir ao universo, anjos da guarda, almas e afins que nada disso se materialize porque não sei se conseguiria aguentar.
ResponderEliminarObrigada por partilhar. :)