Começo a relembrar o que significa isto de uma pessoa "se ocupar". Quanto mais uma pessoa se ocupa, mais a cabeça se esvazia, mais os gestos se tornam mecânicos. Depois, as coisas vão indo, vão indo até que os beijos se tornem também eles mecânicos, desprovidos de sentimentos. Há até quem consiga sorrir mecanicamente.
Chegados aqui podemos fazer inversão de marcha, ou dar meia volta, que isto de se usar metáforas com veículos não faz sentido no meu caso, mas há coisas que nunca mais podemos atirar para trás das costas, porque somos mães e pais (será?). Cada um vive à sua maneira a maternidade e a paternidade. Há quem viva muito feliz e contente e dê muitas graças a Deus. Há quem viva menos feliz e contente e dê muitas graças a Deus. É quando não se sabe como viver que a porca torce o rabo. E aqui, ao contrário de muitas pessoas, gosto da ideia de terapia, porque apesar de só servir para alimentar a nossa "hipocondríaca vaidade", como me disse em tempos um amigo, faz-me falta "fazer confissões e regular a serotonina".
A terapia é útil e ajuda-nos a viver melhor; é tão "la palissiano" como isso. Não vejo o que possa ter a ver com "hipocondríaca vaidade". É muito simples: ou se precisa, ou não se precisa.
ResponderEliminarEu já precisei várias vezes ao longo da vida, mas houve dois momentos em que pus mesmo mãos à obra: aos vinte e poucos anos e depois de nascer o meu primeiro filho. Sempre que preciso (mais ou menos de dois em dois anos) marco uma consulta, assim como quem vai ao dentista, ou ao ginecologista, e lá estou eu.
O meu marido e pai dos meus filhos é psicólogo (mas não clínico, escolar), e talvez também por isso somos bastante descontraídos em relação a esta questão.
Ultimamente temos sido acompanhados porque achámos que precisávamos de algum apoio por causa de um dos nossos filhos - não por nada de muito complicado; simplesmente, para nós, este tipo de ajuda torna a vida mais fácil, dinâmica e fluída.
Há que contar com três factores: o preço (é muito caro fazer terapia); a qualidade e modalidade de psicoterapia escolhida (eu pessoalmente não recomendo modelos terapêuticos que se prolonguem muito no tempo, ao estilo da psicanálise); a predisposição para de facto alterar o que não está a funcionar.
Dão-se recomendações, se precisares.