Mais de uma semana depois a tentar pensar na vida, sim, porque alguém que pensa verdadeiramente não come sarrabulho acompanhado de verde tinto como se não houvesse amanhã, nem bebe litros de vinho como se estivesse nas bodas de Caná a beber antes do milagre, era de esperar que viesse para aqui com grandes conclusões, mas não, nem coisa que se pareça.
Mesmo assim, já sabem como eu sou, não resisto a partilhar certas coisas:
1. Quando eles estão calados, ou a conversar sossegadamente uns com os outros, é dentro do carro que me sinto mais próxima da felicidade. Portanto, a minha vida deveria decorrer em andamento (com alguém a conduzir o veículo, não a mim, obviamente).
2. Uma vez que o tabaco está arredado dos meus hábitos diários, há mais de quatro anos, podia ser uma boa altura para assumir uma vida saudável e deixar-me de funambulismos entre o degredo do álcool e gorduras saturadas e caminhadas, saladas e chás. Mas, claramente, a idade não me traz bom senso, ao contrário do que seria suposto.
3. Três anos seguidos em casa é o meu limite.* Por muito que me custe aceitá-lo, por muito que não saiba explicar este sentimento de não os conseguir largar e ao mesmo tempo precisar muito, muito de os largar, essa é a verdade: atingi o meu limite (mas deixar o Nicolau na creche daqui a um mês está fora de questão. Ele está inscrito, mas é um bebé, meu deus!)
* acho importante salientar, apenas para me sentir melhor comigo própria, que desde que o Isaac nasceu recorremos ao serviço de uma babysitter quatro vezes: duas para eu poder assistir a um curso; outra para jantarmos os dois no meu aniversário (três semanas antes do Nicolau nascer) e outra para o parto do Nicolau. Ou melhor, duas para o parto do Nicolau, sendo que a primeira foi falso alarme. Portanto, foram cinco as vezes em que eles não estiveram sem um de nós, em quase três anos.
4. Se nao vei para a creche, vais passar dos teus limites.
ResponderEliminarCuidado, rapariga!
Mereces umas férias! Não há por aí uns avós ou uns tios que fiquem com eles uns diazitos para vocês desanuviarem um pouco? ;)
ResponderEliminarNão, infelizmente não há. Os tios têm ou os seus próprios filhos, ou as suas vidas e os avós idem, idem.
EliminarEm 4 anos a rapariga mais velha cá de casa ficou umas 3 vezes a dormir em casa da tia, em 16 meses a rapariga mais nova cá de casa nunca ficou com ninguém em situação alguma...em setembro começa a creche e eu acho que vai ser bom para ela que vai aprender a estar com outras pessoas para além do pai e da mãe e vai ser bom para mim que vou poder ter algum controlo do tempo para produzir alguma coisa relacionada com algo semelhante a trabalho relacionado com algo semelhante a euzinha mesma. Acho que vai ser bom:)
ResponderEliminarCompreendo. Os miudos conseguem ser cansativos. Vejo pelo meu sobrinho mais novo: ainda ontem esteve lá em casa cerca de meia hora e já estavamos prestes a esganá-lo. Mas gostamos muito dele. E quando se começa a portar mal vai recambiado para os pais.
ResponderEliminarSe meia hora com 1 nos deixa de cabelos em pé, imagino 3 anos com 3 (se bem que a Beatriz já é uma senhora e portanto não conta muito, poid deve ajudar mais do que dar trabalho).
Manter a sanidade mental é o mais importante. E tomar a decisão que te faça sentir melhor contigo própria (e agora, provavelmente, é que lixei tudo...)