A grande diferença é que ao fim do dia tenho uma enorme necessidade de verbalizar o que sinto, para mal dos pecados de toda a gente, enquanto que de manhã sou incapaz de falar, o que não quer dizer que não olhe para o Jaime com a cara de "sim, já sei que te levantaste às seis da manhã, para entreter os rapazes até à hora em que tens mesmo de ir tomar banho, mas daqui a nada vais trabalhar, tomar café em frente à praia, conversar com pessoas, fazer uma pausa para almoço, programar a tua viagem a Timor e eu, eu VOU FICAR EM CASA". Ele olha para mim com a cara de "sabes que eu dava tudo para estar no teu lugar" e eu encolho os ombros, porque ambos sabemos que ele era gajo para fazer o que eu faço sem problemas e, muito provavelmente, com mais prazer, enquanto eu dificilmente faria o que ele faz, não pela falta de competências técnicas, que essas adquirem-se e eu tenho fama de aprender depressa, mas porque já teria mandado, há muito tempo, umas quantas pessoas lá do emprego pró caralho. Por isso, é como se costuma dizer, cada qual tem aquilo que merece.
Pois acho que acertaste. Umas pitadas de ressentimento, mudo ou não, são uma espécie de pimenta amarga de qualquer vida conjugal que se preze; não há como escapar-lhe. E quando não é por uma razão, é por outra...
ResponderEliminarbeen there. tanto, tanto q até doi recordar esses tempos, de tão maus q foram.
ResponderEliminardepois, um dia, tive uma oportunidade q agarrarei com tanta força, q me fez (faz) tão bem, q na maior parte dos dias parece q esses tempos nem existiram. a sério.
Carla
Tens de me falar dessa oportunidade. Apareceu-te? Encontraste-a? Como foi?
Eliminarpelo rigor: Esse tal Jaime não bebe cafés em frente à praia! Bebe cafés no bar da INATEL entre velhinhos ou num 12m2, na companhia de mais 3 pessoas, saido de uma KRUPS com mais de 10 anos.
ResponderEliminar:D Ok, pronto, bebe café a 100m da praia está bem?
ResponderEliminaré isso que me falta "tin.tins" para mandar, lá no meu trabalho, umas quantas pessoas, só duas ou três, para a p.q.a.p.
ResponderEliminarNão queiras saber. Desisti do tudo (tinha 3 trabalhos aos 9 meses de gravidez).
ResponderEliminarDepois, meses, anos a tentar voltar ao mercado de trabalho e ... nada!!
Cedi. Vendi até a alma um bocadinho ao diabo (aceitei um lugar q tinha tudo para ser para mim mas q chegou por contactos conhecidos). Já não aguentava mais estar em casa.
Acredito q passados 4 anos ninguém tem dúvidas q o lugar me assenta na perfeição e q foi uma win win situation. Mas ainda assim tenho o orgulho ferido pq foi o único emprego q eu não consegui sozinha.
Foi como se antes das filhas eu tivesse o mundo inteiro de possíbilidades, e depois das filhas o mundo tivesse fechado para mim. A creise do país não sei mas a minha crise começou em 2005...
Carla
Começo a achar que a "culpa" é o do nome Carla... :)
EliminarEspero que nunca tenhas tido vontade de mandar-me ao caralho quando trabalhavas comigo, embora, provavelmente, eu tenha sido a única pessoa a quem poderias ter mandado ao caralho e termos ficado amigas na mesma. Mesmo sendo eu, como diz a Inês, susceptível.
ResponderEliminarEu tenho o pressentimento que um dia, mais ano menos ano, vais trabalhar comigo outra vez, faz-me perguntas.
Espero que ele goste de timor :) Um país pobre em dinheiro mas muito rico em espirito.. :D
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