Do entusiasmo

19.10.11
Eu tenho-me, quase sempre, em pouca conta, mas compenso isso nas, mais ou menos, raras vezes em que me dou tal importância que chego ao cume mais alto da auto-estima. Aconteceu-me há pouco quando terminava  O Filho de Mil Homens e fixei-me na frase "Aos quarenta anos, o Crisóstomo, com o seu inusitado entusiasmo, mudou o mundo." Eu tenho quase quarenta anos, mas falta-me o entusiasmo, pensei. Sou como o Riba, do Dublinesca, cujo avô frisava a importância do entusiasmo. É claro que não descansei enquanto não encontrei a frase. Peguei no livro com a certeza de que estava numa página par, no último ou penúltimo parágrafo. E, para confirmar a minha genialidade, lá estava ela na página 114, no penúltimo parágrafo: "Sem entusiasmo, nunca se faz nada de importante".

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