Eu gosto de livros, ou melhor, eu gosto de ler livros, não preciso de os ter. Durante muitos anos só lia livros emprestados por amigos e bibliotecas.
Não sei se lhe posso chamar vício, mas é um facto que leio como quem fuma cigarros. Acontece-me parar o que estou a fazer para ler uma página, que às vezes fica a meio, como quando temos de apagar o cigarro para entrar no autocarro. Ou, a meio de uma brincadeira com o Isaac, enquanto ele se distrai com alguma coisa, cravo um livro qualquer à estante e começo a ler até ele voltar a exigir a minha atenção.
Curiosamente, ou não, apesar desta minha dependência nunca tinha ido a uma apresentação de um livro até hoje (ontem, já passa da meia-noite).
E o que posso dizer é ainda bem que fui. Ainda bem que fui apesar do insucesso a tirar leite das mamas, apesar do temporal, apesar do trânsito...
É que fiquei de boca aberta com a apresentação que a Hélia Correia fez do Uma Mentira Mil Vezes Repetida (depois do momento constrangedor, apenas para mim, de estar à procura do bloco e da caneta para tirar notas, porque, por momentos, pensei que estava em trabalho) e emocionei-me com o discurso do Marmelo.
Para explicar o milagre de se ter tornado no escritor que é hoje, e depois de falar nos lápis do avô (um senhor pequeno, careca e alentejano de Castelo de Vide, que só sabia escrever o nome dele), disse que isso só foi possível graças ao ensino público. E lembrou que poder ir à escola até aos 18 anos deve ser um direito de todos.
Bom post...!
ResponderEliminarp
Obrigado, Calita. Eu acho que me emocionei demais naquele momento. Mas são coisas que não se controlam. Bj
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