Carnaval

4.3.11
Ela lá foi de cowgirl e ele foi ver a mana desfilar e a mãe teve de responder a várias pessoas que não, não o mascarou porque ele ainda não percebe, mas pelos ares de espanto (tipo, e depois? assim até é melhor, pode pôr-lhe o fatinho de cão, ou de abelhinha, tão giro, que ele não se importa), suponho que devo ser parva. Pronto, eu digo, estava a tentar evitar dizer o óbvio mas, ok, não gosto de carnaval. Ou melhor, não percebo muito bem a coisa.
Eu cresci num sítio onde o Carnaval era uma festa de adultos. As crianças ficavam em casa cheias de medo e os homens (suponho que também algumas mulheres, mas lá de casa só ia o meu pai) disfarçavam-se e andavam noite dentro, pela aldeia fora, a embedarem-se nos cafés e nas casas onde lhes abriam a porta, até cairem para o lado. A diversão daquilo (além da óbvia bebedeira, e isso eu já percebo) era disfarçarem-se tão bem, tão bem ao ponto de nem os próprios pais reconhecerem o mascarado. Nunca aconteceu com o meu pai. A mãe dele, a minha avó muja, reconhecia e distinguia sempre os quatro filhos quando lhe iam bater à porta e acho que raramente iam juntos. Ora aquilo tudo metia-me muito medo. Pessoas mascaradas a bater à porta, a falar com vozes estranhas. Pessoas que sabiam quem eu era e eu não fazia ideia quem eram.
Mas, bom, isso eram outros tempos. Agora tenho uma filha que já não me pede para lhe costurar vestidos da Jasmin, da Inês de Castro, ou da boneca Emília. Ainda assim, não deixo de ter uma filha para exibir no Carnaval, pois claro.

2 comentários:

  1. Ó pá, está taaaõ linda ela! (eu sei, eu sei... daqui a uns anos vou ser eu a preocupar-me)

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  2. linda!!! parabéns :)
    também não somos grande fãs de carnaval,
    mas lembro-me de em miúda, gostar de me vestir de cowboy, adorava ;)

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