Foi mais umas daquelas vezes em que me aconteceu olhar em volta e ver animais, muitos animais. No Pingo Doce, às 10h da manhã, as pessoas acotovelavam-se para chegar primeiro à carne, ao peixe, aos legumes, como se houvesse falta de alimentos no país. Sabemos que há falta de dinheiro mas, caralho, o que não falta é carninha da Irlanda e verduras de Espanha nas prateleiras!
O que é curioso é que quando nos vemos assim, como animais, vemos porcos. Porque será? Já o Miyazaki transformou os pais da Chihiro em porcos e Marie Darrieussecq transformou a protagonista de Estranhos Perfumes numa porca. São os dois exemplos de que me lembro mas deve haver mais.
E depois fico a sentir-me uma filha-da-puta de merda que come vacas bebés abatidos na Irlanda entre os 8 e os 12 meses. E, ainda que não seja eu a comê-la mas o meu bebé da mesma idade que o vitelo, fico furiosa porque devia procurar alternativas, que as há, e fazer alguma coisa para mudar o mundo e tal.
Não trouxe a vitela, trouxe o novilho, porque não sei com que idade é abatido e a ignorância dá-nos muito jeito!
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