Tinha acabado de decidir recomeçar a escrever no blog quando fui convidada para me juntar ao grupo que todas as semanas escreve sobre um mesmo tema. Pareceu-me uma sincronicidade daquelas e aqui estou. Gostava de escrever mais, sem pensar em temas, mas escrever é escrever, não vamos complicar. Além disso, todos os assuntos cabem numa vida, ou a vida cabe em todos os assuntos.
Incluindo as teias de aranha, ou sobretudo as teias de aranha. A imagem que me surgiu, não sei se é só a mim que acontece ver o que estou a pensar, foi a de uma teia de aranha linda, que fotografei num dos passeios pelo Minho, e que desapareceu do meu instagram, mas depois fui alertada para a que tinha aparecido no tecto, por cima da lareira (outra sincronicidade?), aquela ali em cima.
Não sei como aconteceu. Não sei se foi crescendo, ou se apareceu de um dia para o outro, sei é que aquele emaranhado de fios enegrecidos pelo fumo da lareira (suponho) deixou-me de boca aberta. Durante uns dias, sim deixámos ficar ali a teia, assistíamos às andanças da aranha e à não vida dos mosquitos que ficavam presos, completamente fascinados. Num dos dias, quase consegui ver-me ali, como uma aranha (elas aparecem quando menos espero), num universo paralelo (e assim se traz à baila o Homem Aranha, porque não se pode falar de teias de aranha e esquecer o super-herói),
Também me lembrei do Asle, da septologia de Jon Fosse, porque me parecia que se ficasse a olhar muito tempo para aquela teia emaranhada e enegrecida, como o Asle ficava a olhar para o ponto de referência no Lago Sygne, conseguia ver-me em tempos diferentes, no mesmo sítio.
Talvez as teias de aranha escondam uma mensagem secreta, um caminho para o que há de mais sagrado. Talvez estes antrópodes andem a aprimorar as teias há milhares de anos e nós continuemos sem saber o que querem dizer. Sempre à procura de respostas quando estão à nossa frente.
A Rita, Maria João e a Carla já publicaram as teias de aranha lá de casa. A Mariana e a Joana, também.