Teias de aranha

20.2.25





Tinha acabado de decidir recomeçar a escrever no blog quando fui convidada para me juntar ao grupo que todas as semanas escreve sobre um mesmo tema. Pareceu-me uma sincronicidade daquelas e aqui estou. Gostava de escrever mais, sem pensar em temas, mas escrever é escrever, não vamos complicar. Além disso, todos os assuntos cabem numa vida, ou a vida cabe em todos os assuntos.

Incluindo as teias de aranha, ou sobretudo as teias de aranha. A imagem que me surgiu, não sei se é só a mim que acontece ver o que estou a pensar, foi a de uma teia de aranha linda, que fotografei num dos passeios pelo Minho, e que desapareceu do meu instagram, mas depois fui alertada para a que tinha aparecido no tecto, por cima da lareira (outra sincronicidade?), aquela ali em cima.

Não sei como aconteceu. Não sei se foi crescendo, ou se apareceu de um dia para o outro, sei é que aquele emaranhado de fios enegrecidos pelo fumo da lareira (suponho) deixou-me de boca aberta. Durante uns dias, sim deixámos ficar ali a teia, assistíamos às andanças da aranha e à não vida dos mosquitos que ficavam presos, completamente fascinados. Num dos dias, quase consegui ver-me ali, como uma aranha (elas aparecem quando menos espero), num universo paralelo (e assim se traz à baila o Homem Aranha, porque não se pode falar de teias de aranha e esquecer o super-herói), 

Também me lembrei do Asle, da septologia de Jon Fosse, porque me parecia que se ficasse a olhar muito tempo para aquela teia emaranhada e enegrecida, como o Asle ficava a olhar para o ponto de referência no Lago Sygne, conseguia ver-me em tempos diferentes, no mesmo sítio.

Talvez as teias de aranha escondam uma mensagem secreta, um caminho para o que há de mais sagrado. Talvez estes antrópodes andem a aprimorar as teias há milhares de anos e nós continuemos sem saber o que querem dizer. Sempre à procura de respostas quando estão à nossa frente.

A Rita,  Maria João e a Carla já publicaram as teias de aranha lá de casa. A Mariana e a Joana, também.

Atraso de vida

14.2.25

Atraso de vida parece uma coisa negativa, não parece? Ser um atraso de vida é andar sempre a empatar a vida dos outros por raramente conseguir chegar a horas a algum sítio, ou cumprir prazos, mas desde que regressei à aldeia onde nasci (e de onde sempre quis sair) (e continuo a querer), apercebi-me que atrasar a vida é uma arte.

Não é preciso olhar para o relógio, a não ser que se tenha de apanhar um autocarro e o mais provável é que ele já tenha passado, porque aqui os transportes públicos passam à hora que lhes dá jeito. Dizia que não é preciso olhar para o relógio, porque os momentos que marcam o dia são o acordar, o almoço, ir buscar as criança à escola, quando é caso disso, e o jantar. Se for preciso gasta-se uma manhã no talho, ou na padaria, porque encontram-se quase sempre pessoas com quem deitar conversa fora. Deitar conversa fora é outra expressão que parece menorizar a conversa, mas toda a gente sabe que libertarmo-nos de assuntos é meio caminho andando para a saúde mental.

Aqui as pessoas têm jardins, ou canteiros, de onde colhem as flores para enfeitar as campas do cemitério. E demora-se o tempo que tiver de demorar. Eu já fiz isso com as orquídeas da minha mãe e as japoneiras da casa da vizinha, a mesma casa que teve galinhas criadas pelo Jaime. Na próxima folga vou procurar jarros, há muitos sítios onde crescem espontaneamente. 

Ninguém chega atrasado a lado nenhum. Ninguém falta as compromissos, porque não os têm, a não ser as consultas médicas. O resto dos afazeres fazem parte da vida e vão sendo feitos ao longo do dia. Enquanto não chega a noite vai-se atrasando a vida para durar mais. 

Nos últimos meses tenho tentado imitar este ritmo, apesar de ter um cartão que marca as horas a que entro e saio do emprego, e essas horas, muitas, demasiadas horas, não contam para a minha vida, servem para pagar as contas. As outras horas, sim, são minhas e não quero fazer nada com elas. Quero ser um atraso de vida. 

Há mais atrasos de vida na rede:

A curva

Boas Intenções

A Gata Christie

O Blog Azul Turquesa

Gralha Dixit

Espelho meu

7.2.25

Eu: Espelho meu, espelho meu …

Espelho: Sim, existe

Eu: Nem sequer sabes o que ia perguntar

Espelho: Quantas pessoas achas que há no mundo? Não vale ir ao google

Eu: Oito bilhões

Espelho: Eu sei que foste ao google. Desses oito bilhões não te parece provável que exista alguém que corresponde ao que ias perguntar?

Eu: Ia perguntar se ainda vou ver, no meu tempo de vida, pessoas sérias a governar o nosso país em vez de palhaços

Espelho: Ninguém vem perguntar ao espelho esse tipo de coisas. Já perguntaste ao ChatGpt?

Eu: Já, a resposta foi: "Compreendo a frustração que você pode estar sentindo, principalmente quando há uma sensação de que os líderes políticos não estão à altura das expectativas ou das necessidades da sociedade. A política pode parecer, em muitos momentos, um cenário de incertezas e desilusões.

Embora seja difícil prever como as coisas vão evoluir, sempre há a possibilidade de mudanças e de pessoas sérias assumirem a liderança, seja por meio de novos movimentos, partidos ou uma renovação na forma como a política é feita. O importante é continuar atento, engajado e, sempre que possível, participar ativamente do processo democrático. Às vezes, até as pequenas ações e escolhas individuais podem influenciar o futuro.

Você acredita que há esperança para isso acontecer no curto prazo ou acha que as mudanças podem demorar mais para surgir?" 

Espelho: Olha, o ChatGpt responde com perguntas, ao contrário de mim

Eu: Mas mencionou a importância de participar ativamente no processo democrático

Espelho: Sim, sim, mas continuo sem perceber por que estás a falar comigo sobre isso

Eu: Quando dizes comigo referes-te a quem?

Espelho: A ti

Eu: Não, nada disso. A pessoa no espelho é...não sei bem quem é

Espelho: Pois, compreendo, mas a pessoa no espelho é a pessoa que todos vêem

Eu: E eu posso ser a pessoa que quero que vejam?

Espelho: Pergunta ao ChatGpt

Não gosto de espelhos. Nem gosto que me 'mentem', como diz o artista gaiense, David Bruno. 


O sítio que vai albergar os textos das pessoas que se juntaram para escrever ainda não está pronto, por isso ficam aqui os links. De nada. 

Boas Intenções

A Gata Christie

O Blog Azul Turquesa



Espalhar-se ao comprido

31.1.25

Ora bem, parece que vamos começar um desafio como deve ser e a Joana Valente explica-o aqui muito bem.

Quando vi que o tema proposto era Espalhar-se ao Comprido pensei: ''Aqui está um tema que resume a minha vida". E num relance vi os meus espalhanços a passarem à frente dos olhos: Eu a estudar para ser jornalista e a não conseguir ser mais do que jornaleira; eu a desejar ser mãe e a sair da maternidade com uma bebé chorona, que ainda assim chorava menos do que eu; eu a casar-me depois de viver sete anos com o pai da minha filha e a divorciar-me um ano depois; eu a comprar uma casa em Lisboa e passado dois anos ter de a vender, porque não tinha rendimentos suficientes para a pagar; eu a abrir uma garrafeira e a fechá-la passados cinco anos, e esse foi um negócio bem sucedido, comparativamente ao anterior; eu  aos 50 anos a voltar para casa da minha mãe. Vamos fazer uma pausa. 

...


Porque este último é o melhor, na espectacularidade, ou então é por ser o mais recente. É o equivalente àquelas quedas na passerelle, ou nas escadas para o palco a caminho de receber um Óscar, só que sem essa recompensa. Mas, convenhamos, depois de cada um destes espalhanços houve que levantar e seguir e, ainda, tudo o que ficou para contar, porque como diz Ariano Suassuna ''Tudo o que é ruim de passar é bom de contar''. 

E nós preferimos ter o que contar, não preferimos? Além disso, de que outra forma eu teria viajado, e bebido champanhe, na primeira classe da Air France? Teria insistido em ser a melhor mãe que conseguisse; teria acreditado que melhor é possível; teria passado temporadas em Santa Apolónia, recebido a Mnemónica na Vinharia, no âmbito do Correntes D' Escrita (que está quase de regresso à Póvoa de Varzim); estado com o JP Simões no Aduela, no lançamento d' As Crónicas do Autocarro, do Jorge Manuel Marmelo e, finalmente, como chegaria a Profissional do Turismo (é o que diz o meu contrato de trabalho), se não tivesse obrigatoriamente de arranjar um emprego? Ah? Como?

É claro que eu comecei a escrever essa história, do último espallhanço, a falar sobre o mesmo ponto de partida, em dois tempos diferentes, mas não terminei-a, como todas as outras. Talvez esteja na altura de arranjar um Fim para as minhas histórias.

Enquanto não temos um espaço comum podem seguir os links para ver como se espalharam ao comprido as outras pessoas do coletivo:

O Blog Azul Turquesa

Kaputt 2.0

Gralha Dixit

A Gata Christie

2 Dedos de Conversa

O terceiro paraíso

26.1.25


Pronto, acabei de me reconcliar com o jornalismo, por causa de um artigo no Público de hoje. Não vamos discorrer sobre o facto de o artigo em questão ter sido escrito por um ensaísta e professor universitário, ok? Até porque esse detalhe está muito de acordo com aquilo que o artista Michelangelo Pistoletto defende, acho eu, que é juntar pensadores e artistas de diferentes áreas, além de representantes do sector industrial, para que todos possam contribuir para "uma transformação social responsável".

Bom, também tenho de mencionar a reportagem sobre o ensino profissional, esta, sim, escrita por uma jornalista e bastante bem feita, e poderia destacar outros artigos, mas ainda não os li. 

O que me fez pegar numa caneta para sublinhar e destacar ideias que subscrevo, como por exemplo: "o projecto Love Difference, um movimento que 'combina a universalidade da arte com a ideia de transnacionalidade política' centrada nas políticas para o Mediterrâneo, região que 'reflecte os problemas da sociedade global'.", foi o mesmo que me fez vir aqui escrever, quando já tinha decidido, antes de comprar o jornal e depois de ler a newsletter (não há um termo em português, pois não?), que ia escrever sobre cabines telefónicas  (ainda há 8000), porque já me aconteceu de precisar de uma e andar uns quantos quilómetros à procura e acabar por desistir e pedir o telemóvel a uma pessoa desconhecida. Sim, eu sou essa pessoa que sai de casa sem telemóvel.

Há mais, muito mais, ideias que vale a pena destacar, desde logo a ''demopraxis'' em oposição à democracia - ''Se a democracia é o sistema do poder do povo, a demopraxis equivale à prática do povo. 'É inevitável cada indivíduo ocupar o poder. Os partidos são parte da governança; delegamos o nosso poder a uma ideologia; e cada partido tem as suas ditaduras. Não é uma prática.' A aspiração é agora 'cada um fazer a sua parte.'''

Resumindo, e como sempre defendi: A arte salva. Quando fui à procura do(s) post(s) onde escrevi isto, e li uns quantos que me deixaram espantada com as coisas que já fiz e a forma como escrevi sobre elas (sobre a arte salvar é que não encontrei nada, apesar de ter a certeza que me referi a isso numa das #Cartas  à Bea) não pude deixar de pensar em todas as coisas incríveis da vida das pessoas que desconhecemos. Que os artistas continueam a mostrar-nos as vidas reais, as vidas possíveis e as alternativas, porque não tenho dúvidas de que é isso que salvará a humanidade. A humanidade que restar. 

As coisas

16.1.25

Quando escrevi no post anterior ''Não consigo deixar de ver um certo sentido para as coisas'', fiquei a pensar o que quereria dizer exactamente com coisas. Parece-me que quando nos referimos às coisas, num determinado contexto, queremos dizer tudo, abranger tudo o que conhecemos. O dicionário dá-me razão: ''tudo o que existe ou pode existir real ou abstratamente'' (Infopedia).

Seja como for, fiquei com a palavra às voltas na cabeça, com a sensação que escondia algum mistério, maior do que ''tudo o que existe, ou pode existir''. Pode ser que ande a ler demasiada filosofia para os tempos que correm, mas os tempos que correm exigem isso mesmo, que não nos deixemos ficar pela superfície daquilo que achamos que existe. É preciso ir um bocadinho mais fundo. As contas por pagar, as más notas dos miúdos, a vida transformada em ''métro, boulot, dodo'' não pode ser desculpa para não querer saber.

E decidir que o jantar de hoje é salmão e o de amanhã costeletas, com tudo o que isso implica - compras, cozinhar, ouvir reclamações, não me impede de ler Séneca, ou Santo Agostinho. Nem de querer melhor para os tempos que correm. 

Ver a beleza

12.1.25
Estava sentada no banco, à espera da minha vez - no banco instituição financeira e não no objecto onde nos podemos sentar, e vi uma aranha, não muito grande nem muito pequena, a atravessar a sala. A delicadeza do bicho a patinhar o chão de mármore e o contraste entre a pequenez daquele e a grandeza deste deixou-me comovida. 
Não consigo deixar de ver um certo sentido para as coisas, quando me detenho em detalhes como este. Era como dizia numa conversa, no outro dia: parece-me que a espiritualidade está directamente relacionada com a capacidade de ver a beleza. E a certa altura da vida já não temos como virar-lhe as costas.

Dia de Reis

7.1.25
Para termos um Natal todos juntos, todos os anos, decidimos usar o Dia de Reis para juntarmo-nos - ou seja, comer e beber, e trocar prendas. É claro que é uma pena não ser feriado neste dia, mas vamos ajustando disponibilidades para escolher o dia mais conveniente e mais próximo do dia 6. 
Gosto desta nova tradição na nossa família e quero acreditar que daqui a uns anos, quando todos eles já estiverem nas suas vidas, vamos continuar a ter um almoço, ou jantar de Reis. Por enquanto, somos seis, depois veremos a família crescer, espero eu. 
Virão tempestades, crises económicas, pandemias, novas descobertas, novos líderes, outras guerras, ou a mesmas, mas nós teremos o nosso Dia de Reis. O nosso dia contra as asperezas do mundo. Um dia para nos lembrarmos quem somos
E eu terei sempre um presente perfeito. Sei que sim. O deste ano foi um livro. Foram dois na verdade, mas um deles deixou-me muito emocionada. Foi a minha filha que o comprou e me o ofereceu (tanto sentimentalismo nesta frase!). 
Também poderei, ou não, continuar a escrever, todos os anos, sobre o Dia de Reis, ou sobre o que me apetecer, porque esta forma de comunicar é, como se sabe, muito atrativa, mas quero tentar não perder de vista, o que Marco Aurélio disse, citado pela Irene Vallejo no livro Alguém Falou Sobre Nós: "O que vemos é uma perspectiva, não é a verdade; o que ouvimos são opiniões, não factos. Não devemos esbanjar a parte que nos resta da vida em representações sobre o próximo, se não for pelo bem comum."

Vamos lá

1.1.25

Se eu quero escrever mais em 2025, talvez deva começar já, certo? 

Quando abri os olhos, hoje de manhã, não, ainda não tinha aberto os olhos, só tinha ligado o cérebro, ou a parte dele que pensa, lembrei-me de duas coisas: a partir de certa altura da minha vida, todos os primeiros dias do ano começam com ressaca; e esta foi a primeira passagem de ano em que não senti medo, entusiasmo, esperança, nada, ou nada demasiado avassalador, como é meu apanágio. Subimos o monte com os miúdos, levámos vinho e copos, claro, estavam lá centenas de pessoas, ao contrário do que esperava, vimos os vários fogos de artíficio, no horizonte, desejei Bom Ano às pessoas à minha volta, brindei com o Jaime e atendi o telefonema da Bea, com as habituais inabilidades digitais.

Estava frio, muito frio. Isso senti.

Depois acordei, levantei-me, comi pão com queijo e ovo mexido, bebi café e fui caminhar.

Vamos lá, então, começar 2025!

Na camioneta

13.10.23

Há várias razões para usar os transportes públicos, desde logo este clima tropical no Outono a fazer-nos temer o que já se sabe há muito tempo, mas aquilo de que mais gosto no meu percurso habitual do último ano (sim, a casa ainda está em obras) é ouvir as conversas entre os passageiros, normalmente senhoras idosas, e o motorista. Além de achar fascinante como todos se conhecem e falam uns dos outros, acontece de assistirmos a conversas sobre assuntos na ordem do dia que funcionam, muitas vezes, como um balão de ar no meio desta turbidez. Ler a conversa não tem o mesmo efeito que ouvi-la naquele contexto, mas deixo-a aqui para memória futura.

Foi em Terroso que a senhora, que teria entre 70 e 80 anos, entrou na camioneta (diferente de autocarro, apesar de cumprir a mesma função) e sentou-se no banco da frente. A conversa começou, como não poderia deixar de ser, pelo tempo e foi por ali fora.

Passageira: Está um tempo que nem no Verão

Motorista: É, nem sequer há nortada!

P: Está mesmo muito bom!

(silêncio)

P: Parece que temos mais uma guerra

M: O quê, na Palestina? Aquilo ali esteve sempre em guerra

P: Pois, mas parece que agora está ruim. É uma pena. É tão bonito...

M:  Esteve lá?

P: Estive, há uns anos. É um povo tão feliz, sempre a cantar!

M: A cantar?

P: Sim, aqueles cânticos que se ouvem nos altifalantes, estão todo o dia naquilo. Nós fomos ver Jerusalem, as catedrais...era cada uma mais bonita! Os padres levavam os filhos...

M: Os padres lá têm filhos?

P: Têm. E mulheres

M: Aqui também deviam ter. Os homens lá usam vestidos, não é?

P: É, ou pelo menos era, agora não sei. A gente vê na televisão eles a falar e estão vestidos com fatos como os daqui, menos o que manda, o... Ramon não sei quê... não me lembro do nome... Também vimos o Mar Morto

M: O Mar Morto é para aqueles lados?

P: É. E atravessamos o deserto para ir a Telaviv. Era tanto pó!!

M: E havia estradas no deserto?

P: Não, havia um caminho por onde passavam os carros e a camioneta onde nós íamos, mas não eram estradas como esta.

M: Há quantos anos é que foi lá?

P: (depois de pensar um bom bocado) Há uns 40 anos. Foram daqui duas camionetas, uma do Porto e outra de Lisboa. Nós fomos na que saiu de Lisboa. O guia era espanhol.

M: Ah, agora deve haver estradas

P: Não sei, agora deve estar tudo destruído.