Ocorreu-me, agora, que não tenho lido sobre os refugiados, acho que é por não me chegar nada sobre o assunto nas newesletter que recebo, ou ao mural do facebook.
Mesmo assim, mesmo filtrando a pouca informação que vou consumindo, não consigo livrar-me da sensação de que o planeta está a fazer uma espécie de purga e, ao contrário do que dizem todas as religiões, não há eleitos.
Sempre que passo pela fila para a recolha de alimentos, ao lado de minha casa, procuro não pensar na sorte de uns e de outros, ou se o rapaz que martela pedras da calçada é feliz.
Já não me chateia que as obras na minha rua não terminem. Está tudo bem, por enquanto. Por enquanto, temos mais uma garrafa de vinho para abrir, temos os croissants com queijo da Riba Mar, o cheiro dos nossos corpos nos lençóis lavados, tomate com queijo feta e queijo da Quinta da Pegadinha, os abraços e o riso dos nossos filhos, o jantar sempre à mesma hora, as caminhadas à beira mar, a música na Juke Box, o tricot no saco a tiracolo e os biscoitos de Valongo com café de Timor.
Sem comentários:
Enviar um comentário