Uma lulik

1.7.20

Às vezes, um gesto, um som, ou qualquer outra coisa leva-me a determinados momentos do passado que julgava esquecidos. Chego a duvidar que tenham existido e penso se não serão imaginação minha. Aconteceu ontem, depois de jantar, enquanto conversava com o Jaime e rabiscava num guardanapo.
Faço isso, parece, de ir rabiscando, passando uns riscos por cima de outros, começar a ver formas e explorá-las. Foi assim que acabei a desenhar uma uma lulik no meio de uma chuva que caía na vertical, num guardanapo (deitei-o fora, por isso não posso mostrar o desenho).
Foi quando vi o desenho que regressei a 2002, ao curso de Direitos Humanos da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Lá estava eu sentada na secretária a rabiscar no caderno enquanto o Joaquim Fidalgo falava, quando a minha colega do lado, uma búlgara de cabelo curto, sussurrou: ''such a nice drawing''.

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