Dia #53

5.5.20
Comecei a pensar de que formas posso voltar a outro ''normal'', porque recomeçar no ponto em que estávamos antes ''disto'' parece-me andar para trás. Depois recebi uma mensagem da ARS Norte a dizer que podia falar com um psicólogo e fiquei a pensar se andariam a espiar-me.
Há pequenas coisas que começam a tomar proporções desmedidas: Os latidos da cadela sempre que passa alguém (e está sempre a passar gente por causa das obras nas ruas adjacentes); as janelas pop-up a interromperem-me (e eu já andei a chafurdar nas definições do computador para desligar esta merda, mas nada); o tamanho das minhas mamas (podia engordar sem ficar com estes airbags, não podia?); carregar o telemóvel (que só serve de veículo para o whatsapp no computador) posicionando milimetricamente o carregador, com um lápis a elevar o fio; as cadeiras da sala que começaram a descamar com tanto uso; o ter sempre de desligar alguma coisa para ligar a torradeira/varinha mágica/microondas/moinho do café, etc.
Claramente tenho desvalorizado o poder libertador do trabalho.
Mas tenho um vaso com a planta das fitas que a vizinha me deixou no muro.   

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