Devo estar deprimida, ou seja, devo estar consciente do que se passa à minha volta, porque o início deste ano lectivo não se encheu de confetes, que são as expectativas que todos criamos à volta da vida das nossas crianças.
Dei por mim a fazer comentários jocosos às fotografias das criancinhas no primeiro dia de escola até o facebook me mostrar uma ''memória'' de 2011, onde constavam as minhas criancinhas no primeiro dia de escola, precisamente.
Por causa disso fiz umas pesquisas aqui no blog e só não fiquei pasmada com o que já enchi a minha vida de domesticidade, porque ainda tenho muito presente esses maravilhosos e terríveis tempos do passado recente (a sério que eu fazia posts destes? e destes? [inserir emoji com ar aterrorizado, ou outro que se adeqúe] e isto só na etiqueta 'lavores'!).
Bom, mas a domesticidade não é tão aterradora agora, o que quer dizer que os filhos pequenos dão mesmo muito trabalho, mas não deixa de ser aborrecida. Não a parte de preparar e destinar os legumes, ou regar as plantas e fazer bolos com o Nicolau, mas quase tudo o resto. Vocês sabem, limpar, arrumar, encaixar os tupperwares e respectivas tampas no armário, varrer o cotão, lavar as piaçabas, mesmo achando que deviam ir para o lixo...
Não tem de ser dramático, até temos máquinas que lavam louça e roupa, só que é. Sobretudo, porque nem todas(os) podemos ser a Sarah Affonso que confirmou ''o seu projecto plástico nas pequenas coisas do quotidiano, sem distinção entre artes maiores e menores, entre pintura e bordado, entre cerâmica e desenho de jardim''.
Emília Ferreira, directora do Museu Nacional de Arte Contemporânea/Museu do Chiado, até diz que a quinta de Bicesse, que Sarah Affonso comprou com Almada Negreiros, ''é a continuação lógica da diversificação artística que as vanguardas valorizavam .''
Se ao menos as vanguardas de agora valorizassem montras, se calhar eu podia aspirar a ser artista (inserir mais emojis).
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