Então, Bom Ano

3.1.19
Tenho muitas vezes pena dos meus filhos, às vezes por terem nascido no auge da destruição do planeta, outras por me terem como mãe, outras por terem tido azar com o Sistema Nacional de Educação que apanharam. Não me interpretem mal, tenho mesmo noção de que poderiam ter mais azar, as possibilidades são infindáveis.
Temos todos a tendência de comparar a infância dos nossos filhos à nossa (temos, não temos?) e apesar de termos em comum a ameaça do fim do mundo (no nosso caso era a Guerra Fria e a possibilidade de alguém poder carregar num botão e matar-nos a todos), pais com problemas (e que fumavam em todo o lado, incluindo no quarto), e uma Educação cheias de altos e baixos, parece-me que tive mais sorte do que eles. Muito porque ninguém esperava grande coisa de mim, ou seja, cresci sem expectativas, ou só com as que criei para mim. É claro que também passei pela pressão de me superar, toda a gente passou em algum momento da vida, a diferença foi nunca termos precisado de o fazer tão novos. Bem, a infância só por si já é uma superação constante, não era preciso atirar-lhes com tantos desafios, acho eu. Mas talvez estejamos a criar uma nova geração, mais capaz, mais evoluída e até, quem sabe, mais feliz.
Mas toda esta conversa só para dizer que ao ver o filme Ralph vs Internet (que não foi o melhor filme das férias de Natal, o melhor foi o Homem-Aranha, que é só espectacular!) tive a certeza de que eles neste particular têm muito mais sorte do que nós. Ok, nós tivemos o Vasco Granja, é um facto, mas um filme que goza com os contos infantis, que critica a Internet de uma forma inteligente, que procura derrubar estereótipos e com piada fez-me sentir feliz por eles. Ah, e eles também gostaram muito.

P.S 1 Eu sei que devia começar o ano com um post cheio de ideias novas, e tal, em vez de terminar este, que tinha começado há uma semana, mas melhores dias virão.

P.S 2 A foto foi tirada pelo Isaac no Museu Amadeo Souza-Cardoso, porque achou a ''senhora gordinha como a mamã''

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