Falhanço

28.12.15
De todas aquelas coisas que não fomos capazes de fazer, por esta ou aquela razão (tocar piano, dançar ballet, competir no jogos olímpicos, falar correctamente mais de três línguas), a única que me deixa profundamente triste, isto é, a sofrer da mais pura inveja, é a de não ter sido a melhor aluna a qualquer coisa, depois da escola primária. Assim como ela.
Eu sei que isso vale o que vale, mas era uma coisa que eu gostava muito de ter na gaveta lá de casa, da mesma forma que os anti-heróis guardam medalhas. 
As minhas notas excelentes do secundário, ou da universidade, seriam a prova de que eu sou muito inteligente, excepcional até, e que o falhanço da minha carreira profissional é opcional. 

1 comentário:

  1. E todavia andam agora a saltar teorias de que as pessoas mais aptas são as que foram alunas médias na escola básica e secundária, porque são aquelas que tinham uma vida além da escola. Por isso, como andaram a viver além de estudar, são os melhores alunos na universidade - e isto não significa que sejam os com as notas mais altas. Mas aqueles que têm sucesso escolar, que participam noutras coisas e que, em suma, são mais felizes.
    E eu acho que a tua concepção de falhanço é demasiado ampla, tão ampla que cabe lá a tua vida quase toda.
    O que realmente me importa é saber quanto custa ir a Timor visitar-vos um dia destes, isso sim :-)
    Beijinhos a todos e um bom 2016, quando lá chegares vai dizendo como é!

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