Isto não está fácil. A minha mãe complicou, como sempre, a minha vida. Entrou num processo tal, nas últimas semanas, que se tornou incapaz de cuidar da minha avó (ela culpa a minha avó da vida miserável que tem, eu culpo a minha mãe de complicar a minha vida. Isto é tudo um ciclo, como se sabe).
Depois de arrumar a minha casa em Lisboa, no sentido literal, tenho estado a arrumar a casa da minha mãe nos dois sentidos – literal e figurado. Limpo a merda dos gatos, dos meus e não só, que vivem aqui; limpo a merda das galinhas; limpo a merda das sanitas. Procuro um Centro de Dia para a minha avó e vejo-a pedir à minha mãe, em desespero, que não a abandone.
Desespero com o desespero das duas.
Decido não me deixar abater, já que não é novidade para mim que esta casa tem a capacidade de deitar abaixo todos os filhos da minha mãe, menos (aparentemente) o meu irmão mais novo, que é o que vive mais distante, por enquanto.
Decido não me abater, dizia, e mantenho a ideia de marcar um jantar para me despedir dos meus amigos. No processo das mensagens, via telemóvel novo, isto é, smartfone usado, engano-me num receptor e, depois de corrigir o erro, recebo a seguinte resposta: “Boa noite, não se preocupe. Boa sorte!".
Choro compulsivamente. Não sou de ferro, foda-se!
Só me apetece abraçar-te, Calita.
ResponderEliminarE acrescentar, meio a medo, que leves a tua avó para Timor (mas isso não são contas do meu 'rosário').
Oh páh... nem sei que te diga! Precisas que te ajude em alguma coisa? Tb sei limpar merda :)
ResponderEliminarentre mães e filhas mete-se ou não a colher?
ResponderEliminar(beijinho)
Força, que tudo se ajeita!
ResponderEliminarQuem te lê até deve pensar que tens uma família muito diferente das outras...
ResponderEliminarMas não. Quanto mais vejo, mais me parece que, por dentro, todas as casas são iguais.
O melhor é mesmo ir limpando a merda à medida das necessidades e das nossas forças. Um bocadinho de cada vez. :)
Não tenho dúvidas Helena e é isso mesmo: ir limpando a merda...
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