Entristecimento

2.5.15
Muitas pessoas não se atrapalham com o envelhecimento, há até quem o considere uma bênção, e é na medida em que é melhor envelhecer do que morrer novo, mas eu atrapalho-me bastante. Parece que estou num vestiário mal iluminado e com cortinas cheias de pó a tentar enfiar um vestido que ficou preso nas mamas, ou assim.
São pequenas coisas que nem deviam incomodar-me assim tanto, afinal só tenho 42 anos, mas é por isso mesmo, afinal só tenho 42 anos. Porque raio me está sempre a doer alguma articulação do corpo? E o que aconteceu à minha prodigiosa memória?
Enfim, mas isso nem é o que mais me entristece (é uma característica minha, entristeço-me com muita facilidade), o que me deixa ligeiramente abalada é perceber as concessões que vamos fazendo há medida que os anos passam. As pessoas dizem a si próprias que é porque se estão a borrifar, que a idade permite-nos viver bem com as nossas opções, mas eu tenho para mim que malta não quer é fazer muitas perguntas a si própria, sabe-se lá onde é que isso nos pode levar.
Eu, por exemplo, dei por mim a achar que o que eu preciso mesmo de fazer agora é controlar o meu apetite. Passar fome, portanto. E na verdade o que eu preciso mesmo de fazer é, bem, não sei o que é, ando a evitar descobrir, quando souber digo.

1 comentário:

  1. eu tambem detesto ser a cada dia que passa cada vez mais velha e tambem me atrapalho com isso!! por mim,era criança para sempre!! eu nunca passaria dos meus 18anos se pudesse!! e se pudesse,tambem nunca iria morrer!! era bom que a vida fosse para sempre eterna!! é a minha opinião!!

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