Cheirica, a cruz e a consequência

7.4.15
Por onde começar? Se calhar pela forma do verbo cheiricar. A minha mãe (quem mais) passa a vida a chamar cheirica à minha avó e, pelos vistos, ninguém da minha família descendente fazia ideia que tal palavra existia, achavam que tinha sido inventada pela minha mãe.
Já disse aqui que vou muitas vezes à casa da minha infância à procura das palavras e dos sons dessas palavras e se é certo que encontro sempre coisas que não procuro e que não me apetece nada encontrar, também é verdade que jamais poderei deixar de o fazer.
Além disso, não há internet e na televisão só dá a Canção Nova (vão procurar, a sério, eu estive a ouvi-la uma semana inteira, por mim já chega), por isso estar longe dos ecrãs é, no mínimo, saudável. Angustiante, às vezes, mas saudável.
Por falar nisso, viram aquele artigo do Público? Talvez o Game Boy que o meu irmão repescou da garagem para o Isaac não seja assim tão mau, ou será o início de tudo o resto?

O compasso. No dia de Páscoa estava com muitas dores de cabeça derivado a ter festejado os 42 anos na noite anterior. Por isso, passei o dia naquele estado submerso. Quando o compasso chegou, a minha avó, não se apercebendo que o ministro já estava a abençoar a casa e a família, virou-se para nós a explicar quem eram aquelas pessoas: "aquele é o marido da Cidália, sabias?" Foi extremamente difícil controlar o riso. Ainda por cima, quando a cruz se aproximou, beijei Jesus num sítio muito impróprio.

Os 42 anos. Perguntaram-me várias vezes se também ia mergulhar no mar este ano. Eu não costumo decidir como vou festejar o aniversário. Aliás, tanto se me dá festejar como não festejar. Acontece que este ano estava muito perto do Porto, logo faria todo o sentido festejar com os amigos, como bem me lembraram.
Teria sido muito mais bonito se não tivesse saído do carro disparada, depois de discutir com o Jaime, para ir dormir sozinha. Mas posso sempre dizer que foi diferente.

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