Começar de novo (ou não)

14.3.14
Li o texto partilhado pela Gralha, numa fase em que estamos precisamente a tentar mudar de vida, e retive o seguinte:

1) Também quero estudar a história do trabalho;
2) Não faz muito sentido, de facto, pensarmos que temos de ser felizes a trabalhar;
3) Nunca se está livre da relação capital trabalho se precisarmos dela para sobreviver, mesmo que estejamos a trabalhar naquilo que mais gostamos (seja viajar, escrever, pintar, etc.);
4) "Um marceneiro tem muito mais liberdade criativa, apesar de fazer trabalho manual, do que um jornalista que trabalha em redacção, por exemplo". Até que enfim isso é uma evidência;
5) O grande problema por resolver da sociedade continua a ser a divisão de classes.

5 comentários:

  1. Eu retive que o conversê de que o trabalho "independente" é a chave da liberdade e da felicidade do trabalhador dá cá um jeitaço ao capital...

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  2. Li o artigo e adorei, já tenho reflectido sobre este assunto tantas e tantas vezes, sozinha, nos meus pensamentos, porque ninguém parece muito interessado nestes temas. Muito obrigada por partilhares! Obrigada mesmo!

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  3. Já vi de tudo. Vi pessoas muito felizes a fazer trabalhos que eu odiaria, como gerente de armazém. Vi pessoas infelizes a fazer trabalhos que outros adorariam. Vi pessoas muito instruídas a realizar-se numa padaria e numa carpintaria. Nesse texto, que não consegui agora ler todo, gostei sobretudo da ideia da glamourização do largar tudo para ir ser feliz - que é a versão Cosmopolitan do imaginário do trabalho - e dos heróis realistas.
    Acho que não se pode definir o que é o bom ou mau trabalho porque o bom e o mau variam muito de pessoa para pessoa. Há pessoas que trabalham porque precisam apenas e outras que trabalham porque gostam, e tudo isso é normal. Se me saísse o Euromilhões, eu não trabalharia mais um dia no meu emprego, mas iria trabalhar de certeza - há muito trabalho para fazer para melhorar o mundo que me faria muito feliz.
    Ser carpinteiro é melhor que ser jornalista, disso tenho a certeza, mas só consegui saber isso por ser jornalista. Quanto à divisão de classes e a sua tradução nas relações de trabalho, está a piorar muito rapidamente.
    Por fim, gosto muito da ideia de trabalho enquanto processo de criação de coisas que são úteis e boas para toda a gente, por isso admiro os padeiros, os agricultores, os pescadores, as costureiras. Tudo o que aconteceu sobre esse processo inicial, como a revolução industrial, a sociedade de consumo, o capitalismo, o divórcio entre a humanidade e a natureza, a insatisfação permanente com o que temos, já sabemos. O que me intriga é sobretudo isso: sabemos tudo e não fazemos nada para o superar. Sabemos da sociedade de classes, sabemos que trabalhamos para ter coisas que não precisamos e deixamo-nos andar, criando filhos para fazerem o mesmo.
    Isso é que me deixa doente, doente a sério.

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  4. Alguém aqui já foi marceneiro? Ou carpinteiro? Huumm...

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    1. Eu não, mas conheço bem a arte. Tenho pelo menos dois marceneiros na família.

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