Deixei de o ouvir tossir, de ouvir os passos dele a subir as escadas. Eu sabia sempre quando era ele que vinha a subir.
Também já não ouço a motorizada a dar a curva. Mas a motorizada foi a primeira coisa que deixei de ouvir. Demorei muito tempo a convencer-me que já não era ele que a conduzia, depois de ter sido vendida, mas finalmente comecei a ouvir outra motorizada.
Os passos e a tosse continuei a ouvir durante muitos anos. Quando não ouvia bastava lembrar-me e o som aparecia. Agora não. Passaram 27 anos, mas o meu pai acabou de morrer.
os espirros e assoadelas de manhã no banho, as portas do elevador a abrirem no regresso a casa... sei bem o que isso é, passados 19 anos
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ResponderEliminarUm beijinho.
ResponderEliminarQue é como quem diz: passaram 27 anos, e ele não vai morrer nunca. (Um beijo.)
ResponderEliminarO Outono tem mesmo forças que a razão desconhece... Beijinho!
ResponderEliminar...são as memorias que ficam e nos adoçam a mente...
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