Estava a ver a apresentação do filme de João Canijo e lembrei-me de quando andava de carro com a minha irmã e ela punha a cassete do Tony Carreira e cantava emocionada com os filhos (na altura só tinha dois, com quatro e sete anos) as músicas que saíam das colunas do tablier. Lembrei-me também das canções do José Cid e do Marco Paulo que saíam das colunas penduradas na torre da igreja nos dias de festa. E do Passarinho que queria voar, do Tó Maria Vinhas, que o meu pai ouvia num gira-discos (acho eu, porque não me lembro de termos um gira-discos, mas tínhamos discos, por isso...). Ouvia e cantava emocionado enquanto a minha mãe, que tinha sérios problemas com manifestações de alegria, protestava.
Há tanta coisa que se foi desligando de mim naturalmente, com o passar dos anos, mas a música, um certo tipo de música, continua a fazer-me recuar a sítios muito particulares, a sítios com uma linguagem diferente, onde, por exemplo, se usa particular em vez de privado.
meu deus... o passarinho que queria voar... em que botão do meu cérebro é que carregaste?? a letra da música está toda a sair naturalmente e eu não me lembrava de tal coisa há séculos.
ResponderEliminarEste post deixou-me com um nó na garganta...
O título interrogativo, ainda que seja retórico, pede resposta.
ResponderEliminarSim, é o amor, sem dúvida.