O fim do mundo

16.12.12
A propósito do fim do mundo que se aproxima lembrei-me deste filme (por acaso lembro-me muitas vezes deste filme e do Willem Dafoe, sobretudo do Willem Dafoe) tão perturbador quanto sereno, porque o mundo vai acabar, pronto, e não há nada a fazer.
Na verdade o mundo acaba todos os dias para muitas pessoas. Na verdade o mundo tem os dias contados para todas as outras pessoas. E, na verdade, há também quem tenha data marcada para morrer. O que ainda não aconteceu, que se saiba, é morrermos todos ao mesmo tempo e sabermos que vamos morrer todos ao mesmo tempo.
No fim do mundo de Ferrara não há nenhuma pista sobre se alguém tenta sobreviver à catástrofe ambiental que destruirá o planeta Terra (do género, colocar uns quantos espécimes humanos numa nave espacial, ou assim, como fez Noé com a arca), mas eu duvido que uma coisa desse tipo não esteja prevista para uma eventualidade. Ora, nesse caso, e partindo do princípio que a Europa conte para alguma coisa, imaginemos que decidiriam salvar da catástrofe os dirigentes máximos de cada um dos países, afinal eles são os representantes do povo. Pois, já estão a tremer, certo?
Quando forem votar numas próxima eleições (que é uma coisa que também não deve demorar muito a desaparecer, porque a democracia, bom, tem este defeito de fazer acreditar que podemos ser todos ricos e tirar cursos superiores) pensem nisso, que portugueses gostariam que fossem salvos de uma catástrofe que vai destruir o planeta. Talvez assim, os nossos próximos dirigentes sejam seres humanos dignos desse nome.

4 comentários:

  1. Nem mais!!!

    ovagoencanto.blogspot.pt/

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  2. Obviamente que os portugueses salvos seriam o Cristinane Ronalde e a Mariza. Pronto, agora é que fiquei preocupada.

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  3. Gostei muito do que li !!! Parabéns pelo blog !!!

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