A vida que eu quero

28.11.12
Paulo Ricca

Um dia destes li (mentira, vi num episódio do CSI, mas como estava a ler as legendas não é totalmente falso) que há as pessoas que aceitam a vida que têm e as que procuram a vida que querem. É claro que, tratando-se de um episódio do CSI, não se aprofundou a questão, até porque aquela gente tem mais o que fazer, mas se tivessem tido tempo, acabariam por chegar à conclusão que a única premissa verdadeira é a primeira, porque as pessoas que procuram a vida que querem, também têm de aceitar a vida que têm. Procurar não é sinónimo de encontrar.
Seja como for, esse momento filosófico do CSI deixou-me a pensar na vida que eu quero. E na vida que eu quero tenho aquela barriga outra vez, mas a pesar um bocadinho mais do que os 50 kg que pesava na altura; tenho um motorista (Jaime estás proibido de vir aqui dizer que isso já tenho) e vários projectos interessantes em mãos, como escrever o argumento para o cinema deste livro; vou a todas as festas de lançamento de livros da Quetzal em que o Irmão Lúcia esteja a pôr discos; vou ver vários espectáculos de teatro e dança com as minhas amigas e a seguir vamos jantar a altas horas; Vou buscar os meninos à escola com o Jaime (se ele não puder vou com o motorista) e vamos brincar para algum sítio, como uma biblioteca, no Inverno, ou um jardim, no Verão, antes de vir para casa. O motorista também é babysitter e às vezes fica com eles para eu e o Jaime irmos sair (sim, o motorista é espectacular e está um bocado apaixonado por mim, mas depois casa-se com um gajo maravilhoso). Não sei como, temos sempre o jantar pronto e a casa arrumada (fazêmo-lo nós quase sem dar por isso); tenho uma casa com quintal, ou uma horta comunitária para cultivar legumes, ou melhor, tenho a persistência necessária para cultivar a terra, porque casa com quintal já tenho, no Porto, e já lá cultivei bastantes legumes (batatas, tomates, feijão verde, couve e cebola), por isso sei que é fácil desistir sob vários pretextos.
Na vida que eu quero acabaremos por fazer a tal road trip a Bordéus e depois muitas outras.
Ou seja, agora que penso nisso, se eu começar a escrever o argumento, a única coisa que fica a faltar para a vida que eu quero é o motorista. Ah, e a barriga, pois...Mas, quer dizer, alguém que acha mais natural começar a escrever um argumento de um livro do Amin Maalouf, do que contratar um motorista não vai perder tempo com a barriga.

P.S Não sei se já repararam que o Panados tem página no facebook. Não sei bem para que serve, mas acabarei por dar-lhe alguma utilidade. Vão lá gostar de mim, que estou carente.

15 comentários:

  1. Eu tenho saudades da minha barriga já grávida de 3 ou 4 meses do primeiro filho. A barriga de antes disso, já nem me lembro dela, nem a consigo conceber. A minha barriga agora abana (blargh) quando lhe toco com o dedo. Tipo gelatina.

    Mas eu aceito a vida que tenho, acho eu.

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  2. Das duas, uma: ou aprendes com a Carla R. a encontrar as coisas maravilhosas escondidas debaixo de cada pedra do caminho (alerta psicologia de bolso!), ou ganhas o Euromilhões. Nesse caso, ofereço-me para motorista.

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  3. a sério: quando chegou a parte do motorista estar um bocadinho apaixonado por ti, juro que quase desatei às gargalhadas (sendo que estou a dar frequência com aquele ar de mazona-não-copiem-qu'eu-anulo-o-teste). 5 estrelas, calita. também posso aproveitar este comentário para te dizer que estou carente de ti? obrigadinhas. beijo. agora vou-me.

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  4. Olha, eu estou bastante apaixonada por ti, e tenho carta de condução há 16 anos, embora já me tenha despistado duas vezes, a última das quais há coisa de um mês, acho que sou de confiança.
    Adorei este post e acho a tua vida de sonho maravilhosa, tens um NIB para onde podemos contribuir?

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  5. Como não quero que te falte nada, vou ao fácebukas gostar de ti :)

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  6. Caraças pá ! A tua vida de sonho não anda muito longe da minha, o problema é que eu ainda acho que a vou ter, daí a insanidade do momento em que vivo, juro que sinto que estou quase, quase a alcança-la, falta-me descobrir apenas uma ou duas cenas básicas e eu chego lá. Podes ficar com o motorista, à vontade, quando é que aprendes a conduzir ?
    (Gralha, depois falamos)

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  7. Joana, se eu não tivesse esta foto também não me lembraria da minha barriga assim, acho eu. E aquela barriga é já depois da Beatriz. Ela teria uns 4 anos.

    Gralha, mas quanto quererias tu para ser minha motorista, para eu precisar de ganhar o Euromilhões? Não bastaria vender dois argumentos por ano? :)

    AL, um beijinho querida, também tenho saudades tuas!

    Dora, também não é preciso fazeres-me corar, mulher!

    Carla R. eu sei conduzir, ou melhor já soube (tenho carta e tudo), mas odeio. Além disso, para o fazer preciso de um carro e isso é coisa que não me apetece adquirir, mesmo numa vida imaginada (o carro seria do motorista).

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  8. Estou, estamos, tramados. Os teus melhores post no blogue são quando estás realmente impossível de aturar. Agradar aos leitores vs agradar à familia que partilha contigo o dia a doa. Eis a questão.
    E agora o Isaac quer escrever:
    bb b bbbbbv yddbbccbbxbxbbcbbbbbbxbc wrwrttttttffttgvbvmbmvmvnvmnnn

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    1. Oh, Jaime, como seu eu alguma vez tentasse agradar a alguém! Só a ti, mesmo, e isso única e exclusivamente na intimidade, como sabes, ainda que tenha segundas intenções, por isso nem sei se conta :P

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  9. Essa barriga deixa-me sem palavras! Acho que nunca tive uma barriga assim nem quando tinha 15 anos! Quimbeja!

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  10. Ah, os espectáculos de teatro e de dança, e as festas da Quetzal, e os jantares a altas horas, e as banheiras do dia seguinte... Gosto do argumento desse filme, em que fui figurante, vamos repetir?
    Inês

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  11. Que barriga!
    Começar a escrever o argumento é um bom princípio!

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  12. Eu acho que sim, escreve o argumento!! O livro é uma maravilha e o argumento escrito por ti também o será! Depois vai vende-lo lá fora, que isso parece que está a dar...
    http://cinema.sapo.pt/magazine/noticia/de-capitao-falcao-para-um-filme-de-ficcao-cientifica-com-gorilas-no-espaco

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