Se até Deus descansou...

21.3.12
O meu filho diz: "senta-te aqui mamã [no chão], vamos conversar", com um envelope na mão (de uma editora a dizer que me esqueci de pagar uns livros que eu não queria e que me impingiram numa daquelas campanhas de telemarketing), e pergunta: "e portanto?". Eu lá respondo o que é suposto: "e portanto é assim" e depois conto-lhe tudo. Ele ouve muito atentamente e depois começa tudo de novo. É a nova brincadeira.
O outro filho, o bebé, usa e abusa da minha incapacidade de os ouvir chorar para conseguir o que quer. O problema é ele estar naquela fase em que não sabe o que quer (schiu, ele não precisa de saber que a mãe está nessa fase há anos) e, portanto (decididamente eu uso em demasia esta palavra), passo a vida a tentar socorrê-lo de coisas ininteligíveis.
A minha filha está "assustada com a puberdade" - palavras dela - e pergunta-me milhares de coisas para as quais eu faço de conta que tenho a resposta.
E isto acontece, muitas vezes, ao mesmo tempo. E eu, que não tenho os problemas do emprego para resolver, que escolhi fazer disto a minha vida, penso: e se estivessem todos caladinhos e me deixassem em paz?
Não vou dizer que preciso de férias, porque ainda há pouco tempo estive cinco dias fora de casa. Mas não tenho problemas em assumir que preciso de um dia de descanso (24h), por semana. Sobretudo quando é do conhecimento geral que até Deus precisou de descansar ao sétimo dia, apesar de se ter limitado a mandar as coisas acontecer. E isso, pelos vistos, é muito mais fácil (ou menos problemático, vá) do que ter de cumprir ordens.

1 comentário:

  1. :)
    Estamos quase quase na mesma situação!
    A diferença é que eu tenho dois na adolescência e um que ainda é bebé ;)

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