O pai

18.1.12
Começou, na semana passada, uma série que a Beatriz nos pediu para ver. Dissemos que sim e ficámos a ver com ela. A certa altura, quando o príncipe da Branca de Neve tem de lutar com os maus para salvar a filha bebé, ela diz: "Eh lá, isto é um pai à Jaime". Eu ri-me porque me ocorreu o mesmo pensamento (deve ter tido alguma coisa a ver com a coreografia dos movimentos, ou assim) e ele riu-se visivelmente babado.
Já disse muitas vezes que só tive mais filhos, depois da primeira, e ainda por cima seguidos, porque encontrei um pai para eles. E quando digo um pai, estou mesmo a dizer pai e não um progenitor.
Um dia todos os pais, ou uma grande maioria, serão como ele e as mães serão...bom, não interessa.
Ele passa o dia embrulhado em siglas e estrangeirismos estranhíssimos e reuniões chatíssimas e outras coisas nada charmosas, para sustentar a família, e vem a correr para casa ajudar nos banhos e jantares dos pequenos, por volta das 18h30. Antes disso, deixa a Bea e o Isaac nas respectivas escolas a caminho do trabalho. Quando é preciso faz as compras no supermercado, com a lista que lhe envio pelo facebook, ou telefona a perguntar se faz falta alguma coisa em casa. Depois do jantar é quase sempre ele que põe a louça na máquina. O aspirador também passa mais vezes pelas mãos dele. Leva-os ao médico à vez e sozinho.
Tenho sorte? Talvez (o Rui Unas diz que não, diz que é atitude), mas eu prefiro acreditar que sou uma princesa que encontrou o seu príncipe, porque sou uma filha-da-puta de uma teimosa que não tem medo de ir à procura do que a faz feliz, apesar do preço a pagar por essa felicidade. Ah, pois, há sempre um preço, não sabiam?

6 comentários:

  1. e que preço. Mas valeu/vale a pena.

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  2. Pah...desde que descobri o teu blog que todos os dias passo para te ler, tens um quê de mim na forma como escreves, deves ser meio alucinada...tipo eu, vais atrás do que queres seja a que preço for. No maternar pelo que escreves também me identifico muito contigo...as diferenças pagam-se, digo eu..sei lá

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  3. é bom ver alguém a escrever assim sobre o marido! a maioria das mulheres só sabe queixar-se. e não acho que tenhas sorte, acho bom que assim seja!

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  4. adorei o texto. a sorte procura-se, disse-me o meu avô de 97 anos há umas semanas.

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  5. A felicidade não tem preço. Pagamos o que for preciso.

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  6. tudo tem um preço, especialmente se é construído à custa do sofrimento e desgraça de outros. que foi o caso.

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