Brincar aos pobres

28.9.11
Quando era miúda a minha irmã e a minha prima queriam sempre brincar aos ricos. Raramente conseguia convencê-las a brincar aos pobres. Elas queriam pôr chapéus e passear de carro. Eu queria pôr uma cara triste e andar quilómetros a pé, com os quatro filhos pequenos, a caminho das feiras (entre irmãos e primos éramos cinco, na altura). Juro que não sei de onde saiu esta coisa à Les Miserables, muitos antes de eu saber quem era o Victor Hugo. Seria por causa das histórias infantis? afinal, as pobres são sempre as boazinhas e a mais bonitas e as que ficam com os príncipes. Mas eu não me lembro de ouvir histórias infantis em criança, só uma que a minha avó contava, ou melhor duas, mas que não tinham nada a ver com princesas boas ou más.
Isto tudo para dizer que não é de agora eu ter um certo jeito para ser  pobre. Pobre não, que os pobres passam fome, remediada. Dou uma boa remediada. Por exemplo, os prato preferidos dos meus filhos são os que eu faço com os restos. Neste caso croquetes de peixe.

5 comentários:

  1. Bem, posso concluir que só te falta um filho e andar os tais km a pé até às freiras para tornares o sonho da brincadeira de criança em realidade :D

    E p mim, pobres são os de espírito. Tenho a certeza que nesse aspecto deves estar quase excêntrica (ok, confesso que o euromilhões real também dava jeito, mas há quem diga que não se pode ter tudo...)

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  2. Luz, muito simples: restos de peixe (neste caso assado), um niquinho de manteiga, batata cozida e esmagada, salsa e pimenta (salsa eu não tinha, porque os gatos decidiram mijar no vaso onde ela crescia). Faz-se bolinhas, passam-se por farinha, ovo e por fim pão ralado. Depois fritam-se e já está.

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  3. Curioso...eu também tinha sempre a mania de brincar aos pobres...

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