Um senhor de idade, um velho, portanto, alimentava pardais, ou passarinhos, ou tarrotes, no Príncipe Real mas não deixava que as pombas se aproximassem, exotava-as com a bengala. Dali a pouco virou-se para mim:
- Essa pomba que aí está tem a pata esquerda sem dedos? Eu olhei para o enconsto do banco onde estava sentada e confirmei que sim.
- Ah, já sei quem é, disse aproximando-se. Eu não gosto muito de pombas (eu já tinha percebido), mas essa coitada vou alimentando. Depois deu-me o resto do pão, disse como é que eu tinha de fazer e foi à vida dele. Antes ainda referiu qualquer coisa sobre perceber-se que o meu sotaque era do Porto, porque temos uma maneira de falar mais clara.
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