Cerejas

20.12.10
A prenda de Natal que mais marcou a minha infância foi uma embalagem de cerejas cristalizadas. Foi o meu pai que me ofereceu, juntamente com um cachecol cor-de-rosa, porque nesse ano, eu devia ter oito ou nove anos, os meus pais estavam zangados. Eu não sabia, eles pareciam sempre zangados, mas percebi quando abri as prendas e a minha mãe disse que tinha sido o meu pai a comprar aquelas. Ele não disse nada. Eu fiquei muito tempo a olhar para as cerejas. Não sabia o que dizer, nem o que sentir. Estava feliz, porque o meu pai tinha-me dado uma prenda comprada por ele e, ainda por cima, tão original, tão...verdadeira. Mas também me apetecia chorar (sempre fui muito dada a melodramas, os meus irmão cagaram na cena), não sei bem porquê. Talvez por saber que aquela família estava condenada. Seja como for, as cerejas cristalizadas ficaram sempre associadas ao Natal, ao meu pai e a esse sentimento que aperta o peito até quase não se conseguir respirar (sim, não ultrapassei o complexo de édipo). Por isso este Natal ofereço cerejas. Mais, sou gaja para desejar Feliz Natal aqui e tudo. Olhem só: Feliiiiiiiz Nataaaaaaaaaaaaaaal!

5 comentários:

  1. Feliz Natal também para ti, querida cereja ;)
    (com esta do natal, do pai perdido e da família condenada tocaste em todos os meus pontos fracos, da-se!)

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  2. feliz natal, minha melodramática de meia-tigela!!!!! beijos grandes para todos.

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  3. Feliz Natal, e espero que um óptimo 2011!!!!!
    Já percebi que te vais juntar ao meu clube ( tb tenho 3 gremlins!).
    Beijos
    Carla Moedas

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  4. :-)
    Até me emocionei :P
    Feliz Natal

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