Cair na realidade
19.3.12
Parece que não sou assim tão espectacular como quero parecer: não consigo escrever em simultâneo uma crónica e um post, enquanto a sopa está ao lume e o bebé a chorar e a roer o fio da bateria.
Eu tenho um sonho
15.3.12
que é fazer um plano para a minha vida que resulte (cantei vitória demasiado cedo, parece-me).
Se pelo caminho puder contribuir para que esta nação se erga e viva o verdadeiro significado dos seus princípios, tanto melhor.
Se não, que os filhos possam crescer o melhor possível com a mãe que lhes calhou e que tenham sonhos. Muito sonhos.
Mostrar ou não mostrar
14.3.12
Por um momento - quando vi que alguém chegou a este blog com a pesquisa "menina de 11 anos coelhinha da playboy" -, acho que percebi aquela coisa de muitas mães não quererem expor os filhos na internet.
Se nunca tinha pensado nisso? Tinha, claro, e penso muitas vezes nos riscos que essa exposição pode acarretar, mas basicamente eu não me dou assim tanta importância e, portanto, não vejo que interesse possa ter a minha vida para a maioria das pessoas. Por isso é que recusei dois convites para ir à televisão (e porque toda a gente sabe que a televisão nos faz mais gordas, obviamente).
Além disso, eu só sei estar aqui, ou noutro sítio qualquer, inteira e assim sendo não há como deixá-los de fora.
Se eu for viver para Cuba também os levo comigo, mesmo sabendo que os comunistas comem crianças ao pequeno-almoço.
Se eu for viver para Cuba também os levo comigo, mesmo sabendo que os comunistas comem crianças ao pequeno-almoço.
Missão cumprida
12.3.12
Cinco dias depois a cumprir um plano para manter a carruagem nos eixos (isto está sempre quase, quase a descarrilar), e que consistia em atacar quatro frentes de frente (lamento a falta de vocabulário de guerra, mas sou nova nisto): 1.corpo são mente sã; 2.casa arrumada cabeça tratada; 3.trabalho e 4.lazer, posso dizer com segurança que a missão foi cumprida.
É certo que falhei caminhadas; comi fondue de chocolate à fartazana, um éclair da Ertilas e batatas fritas; também passeamos pouco, porque o Nicolau ainda estava bastante atacado e, além disso, a casa continua bastante caótica, mas eu sinto-me bem e portanto tudo parece diferente.
É claro que se eu em vez de estar transformada numa espécie de padeira de Aljubarrota a enxotar os inimigos, estivesse a ler numa esplanada, ou a beber umas cervejas e a comer ameijoas, enquanto a empregada limpa a casa, seria, provavelmente, mais feliz, mas assim também está bem, porque eu estou capaz de levar este mundo e o outro às costas e ainda rebentar o focinho a quem se meter à minha frente.
Se isto for um adeus, paciência!
7.3.12
Os vasos estão quase todos mortos e o estrume continua com castanhos a menos. O quarto da costura foi abandonado e as lãs esquecidas. As camas, quando são feitas, ficam com o relevo da colecção de meias perdidas no fundo. Às pequenas camadas de gordura do fogão foram-se juntando outras camadas e nasceram coisas em sítios improváveis: pilhas de livros na consola; caixas, porta-lápis, cartas do UNO e um termómetro mais uns rolos de papel crepe em cima da lareira; xaropes, chaves, rebuçados, comprimidos, tesoura das unhas e moedas, numas prateleiras mínimas da cozinha, etc. etc.
Entretanto, chegaram os vírus. Tínhamos sido poupados até aqui, apesar do Isaac ter começado a creche em Janeiro, mas cá estão em todo o seu esplendor a fazer o meu bebé pequenino tossir como se quisesse cuspir os pulmões.
Parece-me, portanto, que tenho de tomar medidas para voltar a pôr isto nos eixos (partindo do princípio que isto alguma vez esteve nos eixos). Se ao menos soubesse por onde começar...
Volto quando tiver os cornos do touro, mas sem o carro à frente dos bois e com as rédeas na mão e souber o que fazer com isso tudo.
Entretanto, chegaram os vírus. Tínhamos sido poupados até aqui, apesar do Isaac ter começado a creche em Janeiro, mas cá estão em todo o seu esplendor a fazer o meu bebé pequenino tossir como se quisesse cuspir os pulmões.
Parece-me, portanto, que tenho de tomar medidas para voltar a pôr isto nos eixos (partindo do princípio que isto alguma vez esteve nos eixos). Se ao menos soubesse por onde começar...
Volto quando tiver os cornos do touro, mas sem o carro à frente dos bois e com as rédeas na mão e souber o que fazer com isso tudo.
Da diversão
4.3.12
Se ao menos as tarefas domésticas fossem assim divertidas, mais de metade dos meus problemas (ou até mesmo todos) estariam resolvidos.
Os meus dias não são bons. São cansativos, intermináveis, aborrecidos e, parece-me, cada vez menos tiro prazer das pequenas coisas.
Às vezes tenho dias bons, mas nem sempre sei o que os torna melhores, apesar de já ter detectado uma variável constante, nesses dias, que é aquela coisa que não posso dizer, porque a minha filha lê o blog, mas que está relacionada com a libido.
Depois, o Nicolau dizer mamã, os abraços do Isaac e a cumplicidade da Beatriz justificam a minha existência, mas não a tornam mais divertida. Caótica, intensa, cheia, sim. Divertida, não. E eu gosto de me divertir.
(os desenhos são do Baby TV, em cima estão a passar a ferro e em baixo a varrer, muito contentes e a cantar uma música ridícula)
Eu sempre soube que devia era estar a trabalhar*
2.3.12
Uma pessoa sabe que as coisas estão a correr bem quando a nossa filha se vira para nós e exclama visivelmente intrigada que não percebe porque deverá agradecer-me quando for receber um Óscar.
É verdade, ela tem toda a razão, eu não faço por ela, e pelos irmãos, mais do que a minha obrigação, mas que me vi de repente a partir a loiça toda dos armários, peça por peça, a despejar a comida do frigorífico toda no lixo, a espumar de raiva e a desejar ter ignorado o choro dela para cuidar de mim, como na canção desnaturada, vi. Não me orgulho disso, mas vi.
*fora de casa e com um salário
*fora de casa e com um salário
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